Ano 26 – Número 01 – Janeiro de 2024

Informe Econômico

Rio Grande do Sul abriu 11 mil novas vagas de trabalho em novembro de 2023, mas Indústria apresentou resultado negativo

O Rio Grande do Sul abriu 11,8 mil postos de trabalho em novembro de 2023, de acordo com os dados do Novo CAGED, divulgados em dezembro pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No mesmo mês de 2022, foram abertas 11,3 mil vagas. O Rio Grande do Sul teve variação percentual 0,43% em relação ao estoque de trabalhadores do mês anterior, ficando acima da média da região sul, 0,32%.


Geração de empregos formais – Rio Grande do Sul (Saldo líquido em número de vagas)

nov/23nov/22*Acumulado jan-nov/23*Acumulado jan-nov/22*Acumulado 12 meses*Acumulado dez/21 – nov/22*
Agropecuária2.6492.7565.0745.3802.5053.943
Indústria-2.138-1.4328.54447.321-9.55432.408
Indústria Extrativa-678-5947-10022
Indústria de Transformação-2.101-1.4727.97836.332-6.44723.613
SIUP-57-69-735631-866426
Construção871011.36010.311-2.1418.347
Serviços11.2889.93862.83975.62955.00472.485
Comércio4.8386.20412.82419.56511.19820.218
Outros Serviços6.4503.73450.01556.06443.80652.267
Não informado000000
TOTAL DA ECONOMIA11.79911.26276.457128.33047.955108.836
*Ajustado com as declarações enviadas fora do prazo. SIUP = Serviços Industriais de Utilidade Pública (eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana).
Fonte: Novo CAGED/Ministério do Trabalho e Emprego.

Entre os três grandes setores de atividade, a abertura de vagas mais expressiva ocorreu nos Serviços (+11,3 mil), seguido pela Agropecuária (+2,7 mil). Somente a Indústria fechou vagas no mês de novembro (-2,1 mil). Na Indústria de Transformação gaúcha, foram fechados 2,1 mil postos de trabalho. Além disso, 12 dos 24 segmentos da Indústria de Transformação apresentaram resultado negativo. Dentre os destaques negativos no mês de novembro na Indústria de Transformação gaúcha, o pior desempenho foi de Couro e Calçados (-1.739), puxado principalmente pelo resultado negativo da Fabricação de Calçados (-1.544) e da Fabricação de Partes para Calçados (-114). Máquinas e Equipamentos (-735) também apresentou resultado negativo, devido ao fechamento de 711 vagas na Fabricação de Tratores e de Máquinas e Equipamentos para Agricultura e Pecuária. Já o fechamento de postos de trabalho no segmento de Produtos de Metal (-449) foi puxado pelo resultado ruim da Fabricação de Material Bélico Pesado, Armas de Fogo e Munições (-185).

Por outro lado, o segmento que apresentou melhor resultado na Indústria de Transformação foi o de Alimentos (+1.358), com destaque para a Fabricação de Conserva de Frutas, Legumes e Outros Vegetais (+1.117), e o Abate e Fabricação de Produtos de Carne (+156). Veículos Automotores (+277) também apresentou expansão do número de trabalhadores, puxado pela Fabricação de cabines, carrocerias e reboques (+167) e Fabricação de caminhões e ônibus (+142). O setor de Manutenção e Instalação de Máquinas (+103) também apresentou resultado positivo.

No acumulado do ano, de janeiro a novembro, foram abertos 76,5 mil postos de emprego no Rio Grande do Sul. Entre os grandes setores, o que mais gerou vagas foi o de Serviços (+62,8 mil), seguido da Indústria (+8,5 mil) e da Agropecuária (+5,1 mil). Já no acumulado em 12 meses (dez/22-nov/23), a Indústria já apresenta saldo negativo, com o fechamento de 9,6 mil postos de trabalho. O resultado contrasta significativamente com a abertura de 32,4 mil novas vagas nos 12 meses anteriores (dez/21-nov/22).

O Brasil abriu 130,1 mil postos de trabalho em novembro de 2023. Dos três grandes setores, os Serviços foi o único que obteve saldo positivo (+181,3 mil). Já a Indústria (-30,2 mil) e a Agropecuária (-21,0 mil) apresentaram mais demissões do que admissões. O principal destaque positivo da Indústria brasileira foi o setor de Alimentos (+1,9 mil), sendo Abate e Fabricação de Produtos de carne (+2,1 mil) a maior contribuição para o saldo positivo do mês. Manutenção e Reparação de Máquinas e Equipamentos (+1,9 mil) também teve saldo positivo de admissões, com destaque para Instalação de Máquinas e Equipamentos (+1,2 mil). Já o setor de Fabricação de Equipamentos de Transporte Exceto Veículos Automotores (+1,3 mil) foi puxado pelo ramo de Construção de Embarcações (+623).

Já o principal resultado negativo na Transformação a nível nacional foi de Couro e Calçados (-6,0 mil), seguida do setor de Vestuário e Acessórios (-3,5 mil). Coque e Petróleo (-3,2 mil) também apresentou resultado negativo.

Geração de empregos formais – Brasil (Saldo líquido em número de vagas)

nov/23nov/22*Acumulado jan-nov/23*Acumulado jan-nov/22*Acumulado 12 meses*Acumulado dez/21 – nov/22*
Agropecuária-21.017-18.93988.756102.13750.43674.149
Indústria-30.211-46.665474.352633.714281.941484.280
Indústria Extrativa28474314.63712.93514.29111.771
Indústria de Transformação-14.135-27.114211.260328.13097.186237.674
SIUP9402712.48022.74011.69119.920
Construção-17.300-20.321235.975269.909158.773214.915
Serviços181.326193.4301.351.3881.733.0441.126.5631.618.975
Comércio88.706106.268284.170370.473266.536376.606
Outros Serviços92.62087.1621.067.2181.362.571860.0271.242.369
Não informado-16-29-11-17-12
TOTAL DA ECONOMIA130.097127.8321.914.4672.468.8841.458.9232.177.392
*Ajustado com as declarações enviadas fora do prazo. SIUP = Serviços Industriais de Utilidade Pública (eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana).
Fonte: Novo CAGED/Ministério do Trabalho e Emprego.

No acumulado do ano, de janeiro a novembro, foram gerados 1,9 milhão de empregos. Entre os grandes setores, o de Serviços foi o que mais gerou vagas, com a criação de 1,4 milhão de postos de trabalho, seguido da Indústria com 474,4 mil vagas e da Agropecuária (+88,8 mil). Entre os segmentos da Indústria, os destaques foram a Construção (+236,0 mil) e a Transformação (+211,3 mil). No acumulado em 12 meses, o resultado da Indústria também é positivo, com a abertura de 281,9 mil novos postos de trabalho, mas bem inferior ao resultado dos 12 meses anteriores (484,3 mil).

Indústria gaúcha terminou 2023 sem confiança

O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI/RS) oscilou de 47,9 em novembro para 48,1 pontos em dezembro, patamar que pouco se alterou nos últimos quatro meses. O índice varia de zero a 100 e quando abaixo de 50 indica ausência de confiança, faixa em que se encontra há 14 meses seguidos. Desde 2010, início da série mensal, apenas na grande recessão de 2014 a 2016, o setor mostrou um ciclo maior de falta de confiança (27 meses).

Índice de Confiança do Empresário Industrial do RS

(Var. % real)

Fonte: UEE/FIERGS.

O ICEI/RS é composto por dois indicadores: o Índice de Condições Atuais, que afere a percepção dos empresários sobre as condições da economia brasileira e da própria empresa em relação aos últimos seis meses, e o Índice de Expectativas, que faz a mesma medição para o semestre seguinte. Nesse sentido, o ligeiro aumento do ICEI/RS em dezembro refletiu pequenas oscilações positivas de seus dois componentes, sendo que os relacionados à economia doméstica seguem no campo negativo (abaixo dos 50 pontos).

O Índice de Condições Atuais passou de 43,6 em novembro para 43,8 pontos em dezembro. Os valores abaixo dos 50 pontos revelam que os empresários mantiveram a percepção de deterioração nas condições dos negócios. O Índice de Condições da Economia Brasileira é o componente de pior desempenho ao subir de 38,0 para 38,5 pontos no período, reproduzindo a diferença significativa entre a parcela de empresários que percebe piora no cenário econômico brasileiro (46,3%) e a que percebe melhora (9,6%). Já a avaliação das condições das empresas manteve-se negativa no final de 2023, com o Índice de Condições das Empresas mostrando estabilidade em 46,4 pontos em dezembro.

Condições Atuais

(Em relação aos últimos seis meses)

Fonte: UEE/FIERGS.

O Índice de Expectativas para os próximos seis meses também oscilou positivamente na passagem de novembro para dezembro: de 50,0 para 50,2 pontos. Praticamente na marca divisória dos 50 pontos, a neutralidade do índice geral derivou de resultados distintos dos seus dois componentes: pessimismo com o futuro da economia brasileira e otimismo com o das próprias empresas. O Índice de Expectativas da Economia Brasileira caiu de 43,6 em novembro para 42,7 pontos em dezembro, com quase um terço dos empresários (33,5%) mostrando pessimismo ante 14,4% otimistas. Por outro lado, os empresários gaúchos seguem otimistas com relação ao futuro das próprias empresas. De fato, o Índice de Expectativas das Empresas segue sendo o único acima dos 50 pontos, atingindo 54,0 em dezembro (+0,8 acima de novembro).

Expectativas

(Para os próximos seis meses)

Fonte: UEE/FIERGS.

DADOS E PROJEÇÕES PARA A ECONOMIA BRASILEIRA

Produto Interno Bruto1

2020202120222023*2024*
Agropecuária4,20,0-1,714,50,5
Indústria-3,05,01,61,21,3
Serviços-3,74,84,22,01,7
Total-3,34,82,92,81,5
1O PIB Total é projetado a preços de mercado; os PIBs Setoriais são projetados a valor adicionado. *Projeção UEE/FIERGS.

Produto Interno Bruto Real (Em trilhões correntes)

2020202120222023*2024*
Em R$7,6109,0129,91510,66211,265
Em US$21,4761,6701,9202,1312,251
2Taxa de câmbio média anual utilizada para o cálculo e IPCA utilizado como inflação. *Projeção UEE/FIERGS.

Inflação (% a.a.)

2020202120222023*2024*
IGP-M 23,117,85,5-3,74,0
INPC5,410,25,93,84,1
IPCA4,510,15,84,64,1
*Projeção UEE/FIERGS.

Produção Física Industrial (% a.a.)

2020202120222023*2024*
Extrativa Mineral-3,41,0-3,26,11,7
Transformação-4,64,3-0,4-1,01,1
Indústria Total3-4,53,9-0,70,31,4
3Não considera a Construção Civil e o SIUP. *Projeção UEE/FIERGS.

Empregos Gerados – Mercado Formal (Mil vínculos)

2020202120222023*2024*
Agropecuária37146644830
Indústria149719442359221
Indústria de Transformação48439215177109
Construção9724519316099
Extrativa e SIUP4336352213
Serviços-3781.9121.5151.148706
Total-1932.7782.0211.555956
4SIUP = Serviços Industriais de Utilidade Pública. *Projeção UEE/FIERGS.

Taxa de desemprego (%)

2020202120222023*2024*
Fim do ano14,211,17,97,57,6
Média do ano13,89,39,38,07,9
*Projeção UEE/FIERGS.

Setor Externo (US$ bilhões)

2020202120222023*2024*
Exportações209,2280,8334,2334,9336,8
Importações158,8219,4272,7242,2241,6
Balança Comercial50,461,461,592,795,2
*Projeção UEE/FIERGS.

Moeda e Juros

2020202120222023*2024*
Meta da taxa Selic – Fim do ano (% a.a.)2,009,2513,7511,759,50
Taxa de Câmbio – Final do período (R$/US$)5,205,585,225,005,08
5Variação em relação ao final do período anterior. *Projeção UEE/FIERGS.

Setor Público (% do PIB)

2020202120222023*2024*
Resultado Primário-9,20,71,3-1,1-1,2
Juros Nominais-4,1-5,0-5,9-6,1-6,3
Resultado Nominal-13,3-4,3-4,6-7,3-7,5
Dívida Líquida do Setor Público61,455,857,160,564,5
Dívida Bruta do Governo Geral86,978,372,974,979,2
*Projeção UEE/FIERGS.

DADOS E PROJEÇÕES PARA A ECONOMIA GAÚCHA

Produto Interno Bruto Real (% a.a.)6

2020202120222023*2024*
Agropecuária-29,653,0-45,623,537,1
Indústria-6,18,11,9-4,51,8
Serviços-5,04,43,62,21,5
Total-7,29,3-5,22,54,7
6O PIB Total é projetado a preços de mercado; os PIBs Setoriais são projetados a valor adicionado. *Projeção UEE/FIERGS.

Produto Interno Bruto Real (Em bilhões correntes)

2020202120222023*2024*
Em R$470,942581,284594,055636,916694,192
Em US$291,317107,747115,018127,314138,732
*Projeção UEE/FIERGS.

Empregos Gerados – Mercado Formal (Mil vínculos)

2020202120222023*2024*
Agropecuária17311
Indústria04729-56
Indústria de Transformação04322-35
Construção057-11
Extrativa e SIUP30-1000
Serviços-4390684614
Total-421441004121
7SIUP = Serviços Industriais de Utilidade Pública. *Projeção UEE/FIERGS.

Taxa de desemprego (%)

2020202120222023*2024*
Fim do ano8,68,14,65,05,0
Média do ano9,38,76,15,35,2
*Projeção UEE/FIERGS.

Setor Externo (US$ bilhões)

2020202120222023*2024*
Exportações14,121,122,622,323,0
Indústria de Transformação10,414,117,516,517,1
Importações7,611,716,014,415,4
Balança Comercial6,59,46,67,97,6
*Projeção UEE/FIERGS.

Arrecadação de ICMS (R$ bilhões)

2020202120222023*2024*
Arrecadação de ICMS (R$ bilhões)36,245,743,343,946,8
*Projeção UEE/FIERGS.

Indicadores Industriais (% a.a.)

2020202120222023*2024*
Faturamento real-3,18,95,9-6,82,1
Compras industriais-5,531,2-0,5-14,87,5
Utilização da capacidade instalada (em p.p.)-4,55,7-0,7-4,21,0
Massa salarial real-9,05,310,92,70,6
Emprego-1,96,75,9-0,80,2
Horas trabalhadas na produção-5,515,28,4-2,41,5
Índice de Desempenho Industrial – IDI/RS-4,712,94,1-4,72,8
*Projeção UEE/FIERGS.

Produção Física Industrial (% a.a.)

2020202120222023*2024*
Produção Física Industrial4 (% a.a.)-5,59,01,1-4,42,3
8Não considera a Construção Civil e o SIUP. *Projeção UEE/FIERGS.
Informações sobre as atualizações das projeções:
Economia Brasileira: Todas as variáveis foram alteradas conforme as projeções do Balanço Econômico 2023 e Perspectiva 2024, divulgado na última quinta-feira (30/11).
Economia Gaúcha: Todas as variáveis foram alteradas conforme as projeções do Balanço Econômico 2023 e Perspectiva 2024, divulgado na última quinta-feira (30/11).
As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista desta Federação. É permitida a reprodução deste texto e dos dados contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.

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