Abril de 2023

Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul

Produção industrial gaúcha inicia o segundo trimestre em queda

Na avaliação dos empresários, expressa na Sondagem Industrial do RS, o setor voltou a mostrar desaquecimento no início do segundo trimestre, com reduções na produção e no emprego além do normal para o período, deterioração nas expectativas e menor intenção de investir.    

Evolução Mensal

IndicadorMar/23Abr/23*Média Histórica O que representa
(mês de referência)
PRODUÇÃO54,639,149,3Queda da produção
NÚMERO DE EMPREGADOS49,646,248,9Queda do emprego
UTIL. DA CAP. INSTALADA (UCI) – %71,069,070,1Queda da UCI
UCI EFETIVA-USUAL45,139,243,8UCI abaixo do nível usual
EVOLUÇÃO DOS ESTOQUES51,152,550,5Crescimento dos estoques
ESTOQUE EFETIVO-PLANEJADO53,351,651,7Estoques acima do planejado
Mês de referência – Abril de 2023

Expectativas – Próximos Seis Meses

IndicadorAbr/23Mai/23*Média Histórica O que representa
(mês de referência)
DEMANDA52,049,255,3Expectativa de queda
NÚMERO DE EMPREGADOS49,347,450,4Expectativa de queda
COMPRAS DE MATÉRIAS PRIMAS49,548,253,6Expectativa de queda
QUANTIDADE EXPORTADA49,249,952,5Expectativa de queda
INTENÇÃO DE INVESTIR52,951,051,2Menor intenção de investir
Mês de referência – Abril de 2023

O índice de produção registrou 39,1 pontos em abril, 6,8 pontos menor que a média histórica do mês, o que indica um ritmo de queda bem mais intenso que o esperado para o período. Nos últimos oito meses, foram apenas uma expansão (em março), três estabilizações e quatro quedas. O índice varia de 0 a 100 pontos e valores abaixo de 50 representam queda ante o mês anterior.

O índice de número de empregados ficou em 46,2 pontos em abril, ante 49,6 pontos em março, indicando nova retração no emprego, mais intensa do que a do mês anterior e do que a prevista para o mês (média de 47,8 pontos). A marca divisória de 50 pontos, que indica crescimento na comparação com o mês anterior, não é ultrapassada desde setembro de 2022, período em que foram registradas cinco quedas e duas estabilizações.

Volume de Produção no mês

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 representam alta em relação ao mês anterior e abaixo, queda.

Número de empregados no mês

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 representam alta em relação ao mês anterior e abaixo, queda

A utilização da capacidade instalada (UCI) caiu de 71,0% em março para 69,0% em abril, mas ficou na média histórica do mês. Já o índice de UCI em relação à usual, que considera o padrão do mês na percepção do empresário, fechou abril em 39,2 pontos, frente a 45,1 pontos em março, sendo que 50 pontos representam o usual para cada mês. Vale destacar que a diferença, em abril, entre a UCI observada e a usual foi maior não somente em relação a março, mas a mais alta desde junho de 2020, num sinal claro de desaquecimento.

Utilização da capacidade instalada – Grau médio no mês

(Em %)

Fonte: UEE/FIERGS.

Utilização da capacidade instalada (UCI) em relação à usual no mês

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam utilização acima (abaixo) do usual do para o mês.

Mesmo com a queda intensa da produção, os estoques de produtos finais permaneceram em alta no mês de abril e acima, ainda que mais próximo, do planejado pela indústria gaúcha. De fato, o índice de evolução atingiu 52,5 pontos, revelando, acima de 50, avanço dos estoques em relação a março, enquanto, o índice em relação ao planejado recuou de 53,3 em março para 51,6 pontos em abril, ficando mais perto da marca de 50 pontos, que indica estoques ajustados.

Evolução de estoques de produto final no mês

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. Indicador varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam aumento dos estoques.

Índice de estoque efetivo em relação ao planejado

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. Indicam que os estoques estão acima (abaixo) do planejado no mês. Fonte: UEE/FIERGS.

A Sondagem mostrou também que o quadro pouco favorável à atividade industrial afetou as perspectivas dos empresários, que, em maio, projetam redução da demanda e mais demissões nos próximos seis meses. De fato, com exceção das exportações (+0,7 ante abril, para 49,9 pontos em maio), cuja projeção é de estabilidade, todos os índices de expectativas caíram em relação a abril e ficaram na faixa negativa, abaixo de 50 pontos, em maio: demanda (-2,8, para 49,2 pontos), emprego (-1,9, para 47,4 pontos) e compras de matérias-primas (-1,3, para 48,2 pontos).

Índice de expectativas de demanda

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam expectativas de crescimento (queda)

Índice de expectativas de emprego

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam expectativas de crescimento (queda).

Índice de expectativas de compras de MP

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam expectativas de crescimento (queda).

Índice de expectativas de exportações

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam expectativas de crescimento (queda).

Com a deterioração nas expectativas, os empresários gaúchos se mostram menos dispostos a fazer investimentos nos próximos seis meses. O índice de intenção de investimentos caiu 1,9 ponto na comparação com abril e ficou em 51,0 pontos em maio, na média histórica. O índice varia de 0 a 100 pontos e quanto maior, mais alta é a propensão. Portanto, o resultado mostra que a intenção de investir é baixa: pouco mais da metade das empresas (53,4%) a expressam.

Intenção de Investir

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Quanto maior o índice, maior a propensão a investir.

Perfil da Amostra: 191 empresas, sendo 48 pequenas, 63 médias e 80 grandes

Período de Coleta: 02 a 10/05/2023

A Sondagem Industrial do RS é elaborada pela Unidade de Estudos Econômicos (FIERGS) em conjunto com Unidade de Política Econômica da CNI. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, a evolução dos estoques tem como referência o mês anterior. As perguntas relativas a UCI usual e a estoques planejados/desejados tem como referência o próprio mês. As perguntas relativas à situação financeira, margens de lucro, acesso ao crédito e os principais problemas referem-se ao trimestre. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas frequências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos índices dos grupos de empresas “Pequenas” (entre 10 a 49 empregados), “Médias” (entre 50 e 249 empregados) e “Grandes” (250 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável segundo a EE/TEM competência 2009. A metodologia de geração das amostras é a Amostragem Probabilística de Proporções. O tamanho da amostra do RS baseou-se no critério de porte das empresas com margem de erro de 10% e Nível de confiança de 90%.

Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul

Unidade de Estudos Econômicos

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