A atividade econômica do Rio Grande do Sul registrou crescimento de 1,3% no terceiro trimestre de 2022 na comparação com o trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, conforme dados divulgados na quinta-feira (15/12) pelo Departamento de Economia e Estatística do Estado (DEE/SPGG). Foi a primeira alta após dois trimestres consecutivos de retração (-4,2% no 1ºT/22 e -2,7% no 2ºT/22). Os três grandes setores cresceram, com destaque para a Agropecuária (+41,8%), por conta da base deprimida do segundo trimestre, bem como bons resultados na pecuária. A Indústria (+1,3%) e os Serviços (+0,9%) também tiveram desempenho positivo.
Contudo, em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o PIB gaúcho registrou queda de 2,8%. Seguem os destaques entre os grandes setores nessa base de comparação:
• A Agropecuária (-34,7%), ainda por conta da contabilização dos últimos impactos da estiagem, apresentou a maior queda entre os setores. Vale destacar que o terceiro trimestre é marcado pela menor relevância das atividades agropecuárias no PIB.
• Na Indústria (+6,2%), todos os subsetores tiveram bom desempenho, com os maiores crescimentos vindos de Energia e saneamento (+16,3%) e Construção (+6,1%). A Indústria de Transformação (+4,2%), a mais representativa do setor, foi influenciada positivamente pelo aumento na produção de Máquinas e equipamentos (+17,5%), Veículos (+33,0%) e Derivados do petróleo (+7,8%).
• Nos Serviços (+3,1%), os destaques positivos vieram de Serviços de informação (+10,3%), Outros serviços (+7,0%) e Comércio (+6,6%).
Por fim, no acumulado do ano até o terceiro trimestre de 2022, o PIB gaúcho apresentou queda de 6,6% frente ao mesmo período de 2021, devido à retração de 50,5% na Agropecuária. A Indústria (+3,1%) e os Serviços (+3,2%) cresceram.
De maneira geral, o resultado do terceiro trimestre foi positivo, mas abaixo do esperado. O texto a seguir traz uma breve análise e as perspectivas para 2023.
PIB – Rio Grande do Sul
(Var. % real)
3ºT22/2ºT22 | 3ºT22/3ºT22 | Acum.2022 | |
---|---|---|---|
PIB | 1,3 | -2,8 | -6,6 |
Agropecuária | 41,8 | -34,7 | -50,5 |
Indústria | 1,3 | 6,2 | 3,1 |
Extrativa mineral | -0,3 | 2,3 | 4,2 |
Transformação | 0,6 | 4,2 | 1,3 |
SIUP** | 1,2 | 16,3 | 8,8 |
Construção | -0,1 | 6,1 | 6,6 |
Serviços | 0,9 | 3,1 | 3,2 |
Após impactos da estiagem, economia gaúcha deve crescer 5% em 2023
Como de costume, nos anos de estiagem, o segundo trimestre é o fundo do poço da atividade econômica gaúcha. É nesse período que ocorre a contabilização da maior parte da safra de verão. Na sequência, o terceiro trimestre marca o início da recuperação. Portanto, o crescimento frente ao segundo trimestre, conforme exposto no texto acima, já era esperado.
Contudo, a taxa de 1,3%, com alta de 41,8% na Agropecuária, ficou abaixo de nossas expectativas, baseadas nos indicadores conjunturais divulgados para o período e no histórico de recuperação dos períodos de seca. Quanto ao primeiro, para ficar apenas em um deles, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central do RS (IBCR-RS) mostrou alta de 3,6% na mesma comparação. Já no segundo aspecto, as altas no PIB nas duas últimas grandes estiagens, fazendo a mesma conta, foram muito superiores: 2012 (+9,3%, com alta de 115,7% do Agro) e 2020 (+16,8%, com alta de 54,0% do Agro).
Esses fatos mostram que a severa estiagem do início do ano ainda se refletiu nos dados do terceiro trimestre, pois a Indústria e os Serviços cresceram em ambas as comparações: frente ao segundo trimestre de 2022 (+1,3% e +0,9%, respectivamente) e ao terceiro trimestre de 2021 (+6,2% e +3,1%, nessa ordem). Mesmo assim, a queda de 34,7% na Agropecuária fez o PIB cair 2,8% nessa base de comparação.
No quarto trimestre, a expectativa é de bons números para a Agropecuária, devido à safra recorde de trigo, o que deve ajudar a amenizar as perdas no ano. O IBGE estima que o Estado colha 4,8 milhões de toneladas do cereal, o que representa crescimento de 35,6% em relação a 2021. Com isso, nossa expectativa, divulgada no Balanço Econômico, aponta que o PIB do RS deve fechar 2022 com queda de 2,5%, a qual mantemos, no momento. Contudo, colocamos um viés de baixa para essa estimativa.
Para 2023, a recuperação da produção agrícola nas culturas de verão deve resultar numa taxa de crescimento elevada. O aumento estimado na produção da safra de grãos do RS é de 52,5%, conforme prognóstico do IBGE. Com isso, a expectativa é alta de 5,0% da economia gaúcha, com crescimento de 38,7% na Agropecuária, de 1,2% na Indústria e de 1,5% no setor de Serviços. Esse desempenho aparenta ser elevado, mas isso coloca o nível do PIB do RS em 2023 apenas 2,4% acima do patamar de 2021, o equivalente a crescer a uma média de 1,2% em dois anos, o que é pouco e deixa o Rio Grande do Sul abaixo da média nacional.
Indústria gaúcha encerra o ano sem confiança
Depois de duas quedas seguidas, sendo a última a segunda maior da série histórica, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI/RS) cresceu 0,7 ponto ante novembro, para 49,5 em dezembro. O índice segue abaixo dos 50 pontos, indicando ausência de confiança.
A alta do ICEI/RS no mês repercutiu tão somente a melhora nas expectativas com as próprias empresas, visto que os demais componentes, sobretudo os da economia brasileira, caíram pelo terceiro mês seguido.
O Índice de Condições Atuais caiu para o menor patamar desde agosto de 2020: 49,4 pontos em dezembro, 1,2 a menos que novembro. Abaixo de 50, voltou a sinalizar piora nas condições dos negócios, impactado, sobretudo pelo Índice de Condições Atuais da Economia Brasileira, que recuou pela terceira vez seguida, de 50,3 para 47,3 pontos, o valor mais baixo desde novembro de 2021. Em dezembro de 2022, 26,9% dos empresários afirmaram que a economia piorou (eram 11,4% em outubro e 20,1% em novembro) ante 17,7% que perceberam melhora (eram 44,6% em outubro e 21,6% em novembro). O Índice de Condições das Empresas caiu 0,3 ponto ante novembro para 50,5 em dezembro, o que denota condições melhores, mas próximas de estáveis (50).
O Índice de Expectativas para os próximos seis meses, por sua vez, cresceu 1,7 ponto entre novembro e dezembro, não o bastante, porém, para alcançar o campo positivo, fechando em 49,6 pontos. O índice varia de 0 a 100, sendo que os 50 marcam a divisão entre otimismo e pessimismo. O pessimismo com relação à economia brasileira aumentou entre novembro e dezembro (de 36,8% para 43,5% das empresas), o que se refletiu no índice, que caiu, pela terceira vez seguida, para 43,1 pontos, o menor valor desde maio de 2020. O otimismo dos empresários ficou restrito ao futuro das próprias empresas, cujo índice, único que cresceu em dezembro (+3,3 pontos), atingiu 52,9 pontos.
Apesar da ligeira alta em dezembro, a confiança da indústria gaúcha segue abalada pelo resultado das eleições presidenciais, mostrando claramente que os empresários gaúchos o consideram desfavorável para o futuro da economia brasileira. Nesse sentido, a falta de confiança é um sinal negativo para a atividade industrial gaúcha nos próximos meses.
Índice de Confiança do Empresário Industrial do RS
(Em pontos)
PEC de Transição adia início do processo de cortes da SELIC
Durante a primeira semana de dezembro foi aprovada no Senado a PEC de Transição. Diferente da versão apresentada na CCJ, no Plenário do Senado o Auxílio Brasil foi mantido sob o Teto de Gastos. Em contrapartida, o Teto foi expandido em R$ 145 bilhões em 2023 e 2024.
Vale ressaltar que R$ 105,7 bilhões já estavam previstas na LOA 2023 para o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400. Para bancar os R$ 600, mais o adicional de R$ 150 por criança até 6 anos, o Estado precisaria de um adicional de quase R$ 70 bilhões (R$ 53,1 bilhões para chegar à parcela de R$ 600 mais R$ 16 bilhões pelo auxílio adicional). Ou seja, dos R$ 145 bi ainda sobram R$ 75 bilhões para o Estado gastar como quiser.
Adicionalmente, a proposta faz menção de retirar do Teto de Gastos um total de R$ 48,7 bilhões, referentes a gastos com investimentos e despesas de diferentes órgãos. Como Sergio Werlang bem lembrou em sua coluna no blog do IBRE/FGV, a Reforma da Previdência, aprovada a duras penas durante o governo Temer, prometeu poupar cerca de R$ 800 bilhões em 10 anos. A PEC da Transição, por sua vez, da forma como foi aprovada no Senado, pretende expandir o gasto público em R$ 387,4 bilhões até o fim de 2024, ou seja, quase metade do ganho fiscal da Reforma da Previdência.
O tamanho do rombo fiscal, somado à possibilidade da administração de Estatais por figuras que remetem ao cenário da Operação Lava Jato, “estressaram” a curva de juros. A Estrutura a Termo da Taxa de Juros real de sexta-feira (16/12), tanto nos vértices mais curtos como nos mais longos, apresentam expansão considerável em relação aos números do final de novembro. Houve aumento de 0,23 p.p. para prazos de 2 anos e, para 10 anos, o crescimento foi de 0,48 p.p., passando de 5,90% em novembro para 6,38% em 16 de dezembro. Nesse cenário é fácil prever que a razão dívida/PIB chegue próximo a 90% do PIB em 4 anos. Outro ponto é a possibilidade de desancoragem das expectativas de inflação, fator que embasa a decisão de política monetária. No Relatório Focus divulgado hoje (19/12), tanto os números do IPCA de 2023 (5,2% ante 5,01% há 4 semanas), quanto no horizonte de 2025 (3,10% ante 3,00% há 4 semanas) apresentaram elevação. Portanto, nossa expectativa de Selic a 12,75% a.a. em 2023, que há um mês era visto como um número negativo, já pode ser encarada como um resultado otimista, tendo em vista a trajetória ascendente das contas públicas brasileiras
DADOS E PROJEÇÕES PARA A ECONOMIA BRASILEIRA
Produto Interno Bruto1
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Agropecuária | 0,4 | 4,2 | 0,3 | -1,3 | 3,0 |
Indústria | -0,7 | -3,0 | 4,8 | 1,5 | 1,0 |
Serviços | 1,5 | -3,7 | 5,2 | 4,0 | 0,8 |
TOTAL | 1,2 | -3,3 | 5,0 | 3,1 | 1,0 |
Produto Interno Bruto Real (Em trilhões correntes)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Em R$ | 7,389 | 7,610 | 8,899 | 9,708 | 10,314 |
Em US$2 | 1,873 | 1,476 | 1,649 | 1,879 | 1,965 |
Inflação (% a.a.)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
IGP-M | 7,3 | 23,1 | 17,8 | 6,3 | 4,5 |
INPC | 4,5 | 5,4 | 10,2 | 6,0 | 5,4 |
IPCA | 4,3 | 4,5 | 10,1 | 5,8 | 5,2 |
Produção Física Industrial (% a.a.)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Extrativa Mineral | -9,7 | -3,4 | 1,0 | -3,7 | -0,1 |
Transformação | 0,2 | -4,6 | 4,3 | -0,2 | 1,2 |
Indústria Total3 | -1,1 | -4,5 | 3,9 | -0,6 | 1,1 |
Empregos Gerados – Mercado Formal (Mil vínculos)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Agropecuária | 13 | 37 | 146 | 67 | 15 |
Indústria | 97 | 149 | 721 | 510 | 129 |
Indústria de Transformação | 13 | 48 | 440 | 251 | 63 |
Construção | 71 | 97 | 245 | 227 | 58 |
Extrativa e SIUP4 | 13 | 3 | 37 | 32 | 8 |
Serviços | 534 | -378 | 1.904 | 1.611 | 406 |
TOTAL | 644 | -193 | 2.777 | 2.189 | 550 |
Taxa de desemprego (%)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Fim do ano | 11,1 | 14,2 | 11,1 | 8,0 | 8,5 |
Média do ano | 12,0 | 13,8 | 13,2 | 9,3 | 8,8 |
Setor Externo (US$ bilhões)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Exportações | 221,1 | 209,2 | 280,4 | 280,1 | 276,0 |
Importações | 185,9 | 158,8 | 219,4 | 219,0 | 220,0 |
Balança Comercial | 35,2 | 50,4 | 61,4 | 61,1 | 56,0 |
Moeda e Juros
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Meta da taxa Selic – Fim do ano (% a.a.) | 4,50 | 2,00 | 9,25 | 13,75 | 12,75 |
Taxa de Câmbio – Desvalorização (%)5 | 4,0 | 28,9 | 7,4 | -6,4 | 2,5 |
Taxa de Câmbio – Final do período (R$/US$) | 4,03 | 5,20 | 5,58 | 5,22 | 5,35 |
Setor Público (% do PIB)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Resultado Primário | -0,8 | -9,4 | 0,8 | 1,0 | -1,0 |
Juros Nominais | -5,0 | -4,2 | -5,2 | -7,4 | -7,7 |
Resultado Nominal | -5,8 | -13,6 | -4,4 | -6,4 | -8,7 |
Dívida Líquida do Setor Público | 54,7 | 62,5 | 57,3 | 57,6 | 61,0 |
Dívida Bruta do Governo Geral | 74,4 | 88,6 | 80,3 | 77,2 | 83,1 |
DADOS E PROJEÇÕES PARA A ECONOMIA GAÚCHA
Produto Interno Bruto Real (% a.a.)6
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Agropecuária | 3,0 | -29,5 | 67,5 | -33,5 | 38,7 |
Indústria | 0,2 | -5,6 | 9,7 | 2,5 | 1,2 |
Serviços | 0,8 | -4,6 | 4,1 | 4,0 | 1,5 |
TOTAL | 1,1 | -6,8 | 10,4 | -2,5 | 5,0 |
Produto Interno Bruto Real (Em bilhões correntes)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Em R$ | 482,464 | 480,173 | 576,979 | 595,135 | 657,560 |
Em US$2 | 122,282 | 93,107 | 106,959 | 115,216 | 125,299 |
Empregos Gerados – Mercado Formal (Mil vínculos)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Agropecuária | 0 | 1 | 4 | 2 | 1 |
Indústria | -6 | 0 | 48 | 33 | 12 |
Indústria de Transformação | -2 | 0 | 43 | 25 | 10 |
Construção | -4 | 0 | 5 | 8 | 3 |
Extrativa e SIUP7 | 0 | 0 | -1 | 0 | 0 |
Serviços | 26 | -43 | 90 | 70 | 24 |
TOTAL | 20 | -43 | 141 | 106 | 38 |
Taxa de desemprego (%)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Fim do ano | 7,3 | 8,6 | 8,1 | 5,7 | 6,0 |
Média do ano | 8,1 | 9,3 | 8,7 | 6,4 | 6,2 |
Setor Externo (US$ bilhões)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Exportações | 17,3 | 14,1 | 21,1 | 20,0 | 18,7 |
Industriais | 12,5 | 10,5 | 14,1 | 16,8 | 16,1 |
Importações | 10,3 | 7,6 | 11,7 | 14,5 | 13,5 |
Balança Comercial | 6,9 | 6,5 | 9,4 | 5,5 | 5,2 |
Arrecadação de ICMS (R$ bilhões)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Arrecadação de ICMS (R$ bilhões) | 35,7 | 36,2 | 45,7 | 43,1 | 45,0 |
Indicadores Industriais (% a.a.)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Faturamento real | 3,0 | -3,1 | 8,9 | 6,5 | 3,4 |
Compras industriais | -2,7 | -5,5 | 31,2 | 4,7 | 2,1 |
Utilização da capacidade instalada (em p.p.) | 0,7 | -4,6 | 5,7 | -0,9 | 0,7 |
Massa salarial real | -0,8 | -9,3 | 5,3 | 10,4 | 3,3 |
Emprego | 0,0 | -1,9 | 6,7 | 6,4 | 1,6 |
Horas trabalhadas na produção | -1,0 | -5,7 | 15,2 | 9,8 | 2,5 |
Índice de Desempenho Industrial – IDI/RS | 0,1 | -4,8 | 12,9 | 5,5 | 2,1 |
Produção Física Industrial (% a.a.)
2019 | 2020 | 2021 | 2022* | 2023* | |
---|---|---|---|---|---|
Produção Física Industrial8 (% a.a.) | 2,5 | -5,5 | 9,0 | 1,2 | 1,4 |
Informações sobre as atualizações das projeções:
Projeções contidas no Balanço Econômico 2022 e Perspectivas 2023, divulgado na última terça-feira (06/12/2022).
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