Setembro de 2023

Indicadores Industriais do Rio Grande do Sul

Indústria gaúcha volta a cair com força em setembro

Índice de Desempenho Industrial – IDI/RS

-2,6%

Faturamento real

-2,8%

Horas trabalhadas na produção

-0,6%

Pessoal ocupado

-0,5%

Massa salarial real

0,6%

Utilização da capacidade instalada – Grau Médio

77,5%

Utilização da capacidade instalada

1,0 p.p.

Compras industriais

-7,3%

(Variação frente ao mês anterior com ajuste sazonal)

O Índice de Desempenho Industrial (IDI/RS) caiu 2,6% em setembro ante agosto, devolvendo grande parte da alta de 3,1% registrada em agosto. Essa foi a décima queda na margem nos últimos 13 meses, acumulando perdas de 12,2%. Com isso, o nível de atividade da indústria estava em setembro 1,8% acima do pré-pandemia (fevereiro de 2020), depois de alcançar a marca de 15,9% em agosto de 2022.

Todos os seis componentes do índice recuaram na margem em setembro: compras industriais (-7,3%), faturamento real (-2,8%), utilização da capacidade instalada-UCI (-1,0 p.p.), horas trabalhadas na produção (-0,6%), massa salarial real (-0,6%) e emprego (-0,5%).

Vale destacar que os resultados estão, em parte, impactados pelos eventos climáticos que afetaram as operações das empresas nas regiões mais atingidas, além da diferença de calendário (quatro dias úteis a menos que agosto).

O fim do terceiro trimestre também foi de perdas expressivas e generalizadas nas comparações anuais. Em relação ao mesmo mês ano passado, o IDI/RS exibiu, em setembro, a nona e mais intensa baixa do ano: -10,2%. Diante disso, a queda acumulada da atividade industrial em 2023 se intensificou de -4,4% em agosto para -5,1% em setembro. Com exceção da massa salarial real (+4,4%), que, apesar da desaceleração, ainda mantém a taxa positiva, todos os demais componentes contribuíram para a queda do IDI/RS no acumulado do ano até setembro, com destaque para as compras industriais    (-14,4%) e o faturamento real (-5,8%). Pesaram também a UCI (-3,5 p.p.), as horas trabalhadas na produção (-2,9%) e o emprego (-0,2%), que entrou no terreno negativo pela primeira vez no ano.

Nos setores pesquisados, a contração da atividade industrial também foi disseminada: 11 de 16 em relação ao período de janeiro a setembro de 2022. As principais influências negativas partiram das indústrias do segmento metalmecânico – Veículos automotores (-6,9%), Máquinas e equipamentos (-5,6%), Produtos de metal (-8,6%) e Metalurgia (-15,5%) –, com impactos relevantes ainda de Borracha e plásticos (-5,9%), Produtos de madeira (-18,7%), Químicos e refino de petróleo (-2,6%) e Couros e calçados (-1,7%). Em sentido contrário, somente cinco setores cresceram: Móveis (+4,0%), Tabaco (+3,3%), Informática e eletrônicos (+2,0%), Máquinas e materiais elétricos (+2,8%) e Bebidas (+1,1%).

Índice de Desempenho Industrial do RS

Fonte: UEE/FIERGS. Nota: o índice mostra clara tendência negativa.

Faturamento real: volatilidade permanece

  • O faturamento real voltou a cair em setembro: -2,8% ante agosto, mantendo a trajetória volátil e a tendência negativa na série com ajuste sazonal.
  • O faturamento recuou 9,2% na comparação entre setembro de 2023 e 2022 e caiu 5,8% no confronto entre os primeiros nove meses.
  • Destaques setoriais no ano:
    • Positivos: Tabaco (+8,3%), Equipamentos de informática e produtos eletrônicos (+9,5%) e Móveis (+7,0%).
    • Negativos: Veículos automotores (-8,0%), Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis (-14,1%) e Máquinas e equipamentos (-7,4%).
Faturamento real
Fonte: UEE/FIERGS. Nota: Indicador dessazonalizado. Índice base: média 2006=100 -Deflator: IPA/OG-FGV

Horas trabalhadas na produção: terceira queda seguida

  • O indicador recuou 0,6% em setembro na comparação com agosto, ajustada sazonalmente. A tendencia é negativa.
  • Em relação aos mesmos períodos de 2022, o indicador caiu 8,3% ante setembro e recuou 2,9% em relação aos primeiros nove meses.
  • Destaques setoriais no ano:
    • Positivos: Veículos automotores (+4,0%), Máquinas e materiais elétricos (+10,5%) e Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis (+4,4%).
    • Negativos: Máquinas e equipamentos (-8,2%), Alimentos (-4,1%) e Produtos de metal (-6,0%).
Horas trabalhadas na produção
Fonte: UEE/FIERGS. Nota: Indicador dessazonalizado. Índice base: média 2006 = 100.

Pessoal ocupado: aumentou o ritmo de queda do emprego

  • O emprego caiu 0,5% na passagem de agosto para setembro, com ajuste sazonal. A trajetória negativa do indicador acelerou nos últimos três meses.
  • Em setembro de 2023, o emprego caiu 2,9% ante o mesmo mês de 2022, alcançando o terreno negativo pela primeira vez no ano: -0,2% ante o período de janeiro a setembro de 2022.
  • Destaques setoriais no ano:
    • Positivos: Veículos automotores (+5,9%), Móveis (+2,9%) e Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis (+3,3%).
    • Negativos: Produtos de metal (-6,1%), Metalurgia (-15,4%) e Alimentos (-1,0%).
Pessoal ocupado
Fonte: UEE/FIERGS. Nota: Indicador dessazonalizado. Índice base média 2006 = 100.

Massa salarial: voltou a cair

  • A massa salarial real caiu em setembro (-0,6%) em relação a agosto, com ajuste sazonal. A tendência negativa ganhou força nos últimos quatro meses.
  • Comparando os períodos equivalentes de 2023 e 2022, o indicador caiu 1,9% em setembro, mas mantém a desaceleração da taxa positiva (+4,4%) no acumulado do ano.
  • Destaques setoriais no ano:
    • Positivos: Alimentos (+7,0%), Veículos automotores (+7,6%) e Couros e calçados (+5,3%).
    • Negativos: Têxteis (-8,4%) e Metalurgia (-2,0%).
Massa salarial real
Fonte: UEE/FIERGS. Nota: Indicador dessazonalizado. Índice base média 2006=100 – Deflator INPC-IBGE.
Utilização da capacidade instalada: ociosidade aumentou
  • A indústria gaúcha utilizou 77,5% da sua capacidade instalada, uma redução de 1,0  p.p. ante agosto. Nos últimos seis meses, foram quatro baixas.
  • Entre os meses de setembro de 2022 e 2023, a UCI caiu 5,8 p.p. e, entre os primeiros nove meses, a redução foi de 3,5 p.p.
  • Destaques setoriais no ano:
    • Positivos: Alimentos (+1,3 p.p.) e Móveis (+4,0 p.p.).
    • Negativos: Vestuário e acessórios (-32,2 p.p.), Veículos automotores (-10,0 p.p.) e Produtos de madeira (-19,5 p.p.).
Utilização da capacidade instalada
Fonte: UEE/FIERGS. Nota: Indicador dessazonalizado – % – Grau médio.
Compras industriais: quedas intensas na margem e no ano
  • As compras industriais voltaram a cair com força: -7,3% na passagem de agosto para setembro, com ajuste sazonal. A tendência de queda do indicador é muito intensa.
  • Em setembro de 2023, o indicador também mostrou reduções expressivas em relação a 2022: 25,9% (a maior do ano) ante setembro e 14,4% na comparação com o período de janeiro a setembro.
  • Destaques setoriais no ano:
    • Positivos: Nenhum.
    • Negativos: Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis (-22,0%), Veículos automotores (-18,6%) e Máquinas e equipamentos (-10,7%).
Compras industriais
Fonte: UEE/FIERGS. Nota: Indicador dessazonalizado – Índice base: média 2006 = 100.

Resultados setoriais – Setembro/2023

Faturamento real – Var. %Horas trabalhadas – Var. %
SetoresMesmo mês ano anteriorAc. no anoAc. 12 mesesMesmo mês ano anteriorAc. no anoAc. 12 meses
Alimentos-14,6-3,6-2,5-7,9-4,1-3,0
Bebidas2,5-1,50,96,51,31,6
Tabaco-4,68,326,0-2,73,40,6
Têxteis-17,7-28,5-27,4-11,7-8,3-6,8
Vestuário e acessórios-15,8-15,8-14,8-3,6-0,43,4
Couros e calçados-12,7-0,90,3-13,6-0,13,1
Couros-10,4-28,1-31,8-5,7-3,3-4,3
Calçados-3,113,024,16,117,222,9
Produtos de madeira-41,2-26,6-21,2-13,6-14,9-10,9
Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis-0,7-14,1-17,07,14,43,1
Borracha e de material plástico-13,0-5,6-5,0-17,6-3,8-2,8
Borracha -15,11,01,6-25,0-4,7-5,0
Metalurgia-21,3-15,4-10,1-5,6-5,9-4,7
Produtos de metal-12,7-11,4-10,9-10,6-6,0-4,0
Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos-7,89,57,8-8,5-5,7-3,2
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos-31,9-28,3-24,910,810,59,4
Máquinas e equipamentos-6,2-7,4-3,3-11,6-8,2-6,4
Veículos automotores-10,5-8,0-3,3-1,94,07,6
Móveis4,57,03,9-0,10,6-0,2
Indústria de Transformação-9,2-5,8-3,0-8,3-2,9-1,3
Fonte: UEE/FIERGS
Pessoal ocupado – Var. %Massa salarial real – Var. %
SetoresMesmo mês ano anteriorAc. no anoAc. 12 mesesMesmo mês ano anteriorAc. no anoAc. 12 meses
Alimentos-3,5-1,0-0,40,47,010,1
Bebidas2,63,53,51,03,65,6
Tabaco-23,01,5-1,0-0,57,87,2
Têxteis-12,8-9,7-7,6-13,4-8,4-2,9
Vestuário e acessórios-1,34,06,5-8,04,68,5
Couros e calçados-6,2-1,01,2-7,15,310,6
Couros-2,8-4,0-5,05,43,15,3
Calçados13,722,425,59,630,241,4
Produtos de madeira-1,8-1,60,0-4,21,43,3
Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis4,33,32,7-2,44,15,7
Borracha e de material plástico-1,82,52,90,36,98,5
Borracha -2,42,93,02,87,28,1
Metalurgia-15,5-15,4-9,80,2-2,0-2,4
Produtos de metal-8,2-6,1-4,2-7,40,23,0
Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos-1,4-1,0-0,1-3,06,211,3
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos1,44,64,310,911,06,2
Máquinas e equipamentos-1,8-0,30,8-2,52,35,1
Veículos automotores1,95,98,10,67,612,2
Móveis3,82,91,79,97,07,7
Indústria de Transformação-2,9-0,20,9-1,94,47,0
Fonte: UEE/FIERGS
UCI – Grau médio %UCI – Variação p.p.
No mêsMesmo mês ano anteriorMédia anoMesmo mês ano anteriorAc. no anoAc. 12 meses
Alimentos88,586,786,91,81,00,8
Bebidas51,461,457,5-9,9-3,0-2,8
Tabaco
Têxteis69,176,677,7-7,4-11,3-9,3
Vestuário e acessórios42,185,463,7-43,3-32,2-21,2
Couros e calçados90,194,191,4-4,0-1,5-1,8
Couros73,976,978,1-3,0-7,6-7,9
Calçados72,083,075,0-11,0-6,0-5,1
Produtos de madeira81,489,879,8-8,4-19,5-16,5
Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis73,179,778,8-6,5-1,0-1,0
Borracha e de material plástico70,977,175,9-6,2-2,5-3,5
Borracha 68,784,580,0-15,8-6,9-6,8
Metalurgia40,542,556,4-2,1-8,9-10,8
Produtos de metal78,280,181,2-1,9-2,6-3,1
Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos90,993,491,4-2,5-0,6-0,2
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos89,088,584,20,5-6,0-6,8
Máquinas e equipamentos80,283,779,6-3,6-2,8-1,1
Veículos automotores66,881,571,7-14,7-10,0-6,3
Móveis76,172,176,44,13,00,6
Indústria de Transformação78,384,181,3-5,8-3,5-2,8
Fonte: UEE/FIERGS
Compras industriais reais – Var. %IDI – Var. %
SetoresMesmo mês ano anteriorAc. no anoAc. 12 mesesMesmo mês ano anteriorAc. no anoAc. 12 meses
Alimentos-39,2-9,7-5,8-6,9-0,71,1
Bebidas-18,6-9,9-6,51,51,12,4
Tabaco-82,3-2,4-3,5-9,33,35,5
Têxteis-27,5-22,8-17,7-13,9-15,6-13,6
Vestuário e acessórios-52,4-20,1-23,4-28,0-14,1-11,8
Couros e calçados-17,1-7,6-7,6-11,9-1,70,4
Couros-33,2-31,3-33,2-12,6-18,4-20,9
Calçados-29,2-12,6-4,3-0,713,521,2
Produtos de madeira26,1-22,6-18,2-5,5-18,7-14,8
Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis-18,1-22,0-26,1-0,9-2,6-3,6
Borracha e de material plástico-38,0-20,9-16,1-15,4-5,9-4,9
Borracha -51,2-19,4-15,2-18,1-2,9-2,0
Metalurgia-30,7-22,6-18,0-15,5-15,5-12,8
Produtos de metal-28,6-23,9-23,2-11,8-8,6-7,3
Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos-17,3-4,8-9,7-10,52,0-0,2
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos-32,1-21,6-21,83,82,81,0
Máquinas e equipamentos-22,7-10,7-8,3-10,0-5,6-3,1
Veículos automotores-28,5-18,6-12,1-12,4-6,9-2,4
Móveis-0,2-1,1-5,04,54,02,3
Indústria de Transformação-25,9-14,4-12,9-10,2-5,1-3,4
Fonte: UEE/FIERGS

Indicadores Industriais | Publicação mensal cujo objetivo é medir o nível da atividade da indústria de transformação. Faturamento, Horas trabalhadas na produção, Utilização da capacidade instalada, Compras totais, Emprego e Massa salarial foram escolhidas pela grande confiabilidade das informações obtidas das indústrias informantes e pela grande importância e influência que têm no nível de atividade do RS. O Índice de Desempenho Industrial (IDI/RS) é calculado a partir dessas variáveis que são coletadas mensalmente de uma amostra das indústrias gaúchas. A  preocupação básica está associada à geração de taxas de crescimento para o conjunto das variáveis, que permitem a construção de séries de base fixa (não é objetivo estimar valores absolutos). Os Indicadores Industriais são produzidos pela FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RS e integram o sistema coordenado pela CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI). 

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