Janeiro de 2024

Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul

Indústria gaúcha iniciou 2024 com estoques ajustados

A Sondagem Industrial do RS de janeiro de 2024 mostrou que a indústria gaúcha iniciou o ano em ritmo lento, com a produção praticamente estável, emprego em declínio e ociosidade elevada. A boa notícia foi o ajuste dos estoques, que voltaram aos patamares desejados pelas empresas. Para os próximos seis meses, os empresários gaúchos projetam crescimento da demanda e do emprego.    

A produção industrial registrou uma ligeira redução, muito próximo da estabilidade, na virada do ano. O índice de produção atingiu 49,5 pontos em janeiro de 2024. Apesar de normal o comportamento para o período, nos últimos doze meses, em apenas três, o índice superou a marca dos 50 pontos, que indicam crescimento em relação ao mês anterior.

O emprego industrial iniciou o ano sem alterar a trajetória negativa que vem desde setembro de 2022. O índice do número de empregados registrou 48,6 pontos no primeiro mês do ano, indicando queda em relação ao mês anterior, num período em que o padrão histórico é de expansão: a média do índice nos meses de janeiro é de 50,7 pontos.

Volume de Produção no mês

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS.

Número de empregados no mês

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS.

A utilização da capacidade instalada (UCI) cresceu 1,0 p.p., de 66,0% em dezembro de 2023 para 67,0% em janeiro de 2024, percentual 1,6 p.p. abaixo da média histórica do primeiro mês do ano (68,6%). O índice de UCI em relação ao usual, que leva em conta o que os empresários consideram normal para o mês, registrou 42,7 pontos. O índice abaixo de 50,0 pontos indica UCI abaixo do usual para o período.

Utilização da capacidade instalada – Grau médio no mês

(Em %)

Fonte: UEE/FIERGS.

Utilização da capacidade instalada (UCI) em relação à usual no mês

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS.

O comportamento dos estoques de produtos finais foi a grande notícia da Sondagem de janeiro. Os estoques caíram em janeiro – índice de evolução de 47,8 pontos – relativamente a dezembro. Foi a segunda queda seguida, levando-os aos níveis desejados pelas empresas. De fato, o índice de estoques em relação ao planejado registrou 49,3 pontos em janeiro, pela primeira vez, desde agosto de 2023, abaixo dos 50 pontos, o que denota níveis de estoques pouco abaixo do esperado.

índice de evolução mensal dos estoques

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS.

Índice de estoque efetivo em relação ao planejado

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS.

As expectativas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses continuam otimistas no segundo mês do ano. Com relação à demanda futura, a avaliação pouco se alterou relativamente a janeiro: o índice de expectativas registrou 54,6 pontos em fevereiro (-0,7 ponto ante janeiro). Valores acima de 50 indicam perspectivas de crescimento. Os empresários gaúchos também mantiveram a projeção de aumento das compras de matérias-primas, mesmo com a redução do índice de 54,9 para 53,9 pontos. Já as expectativas para as exportações sofreram um ajuste mais significativo, queda de 54,0 para 51,1 pontos no período. Por outro, há notícias positivas para o emprego, que deve voltar a crescer nos próximos meses. O índice de expectativa do número de empregados avançou de 51,2 janeiro para 52,4 pontos em fevereiro.

Índice de expectativas de demanda

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS

Índice de expectativas de emprego

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS

Índice de expectativas de compras de matérias-primas

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS.

Índice de expectativas de exportações

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS.

Por fim, a disposição da indústria gaúcha para realizar investimentos não se alterou significativamente na passagem de janeiro para fevereiro. O índice de intenção de investir recuou 0,9 ponto, para 54,2, valor 2,9 pontos acima da média histórica. No segundo mês de 2024, 58,3% das empresas revelaram ter a intenção de investir nos seis meses seguintes.

Intenção de Investir

(Em pontos)

Fonte: UEE/FIERGS.
Evolução Mensal
IndicadorDez//23Jan/24*Média Histórica O que representa
(mês de referência)
PRODUÇÃO39,649,549,2Queda da produção
NÚMERO DE EMPREGADOS47,148,648,8Queda do emprego
UTIL. DA CAP. INSTALADA (UCI) – %66,067,070,1Aumento da UCI
UCI EFETIVA-USUAL40,842,743,7UCI abaixo do nível usual
EVOLUÇÃO DOS ESTOQUES48,347,850,6Queda dos estoques
ESTOQUE EFETIVO-PLANEJADO51,249,351,7Estoques abaixo do planejado
Fonte: UEE/FIERGS.
Expectativas – Próximos Seis Meses
IndicadorJan//24Fev/24*Média Histórica O que representa
(mês de referência)
DEMANDA55,354,655,2Expectativa de aumento
NÚMERO DE EMPREGADOS51,252,450,3Expectativa de aumento
COMPRAS DE MATÉRIAS-PRIMAS54,953,953,4Expectativa de aumento
QUANTIDADE EXPORTADA54,051,152,4Expectativa de aumento
INTENÇÃO DE INVESTIR55,154,251,3Menor intenção de investir
Fonte: UEE/FIERGS.

Perfil da Amostra: 199 empresas, sendo 41 pequenas, 68 médias e 90 grandes.

Período de Coleta: 01 a 09/02/2024.

A Sondagem Industrial do RS é elaborada pela Unidade de Estudos Econômicos (FIERGS) em conjunto com a Unidade de Política Econômica da CNI. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, a evolução dos estoques tem como referência o mês anterior. As perguntas relativas a UCI usual e a estoques planejados/desejados tem como referência o próprio mês. As perguntas relativas à situação financeira, margens de lucro, acesso ao crédito e os principais problemas referem-se ao trimestre. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas frequências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos índices dos grupos de empresas “Pequenas” (entre 10 a 49 empregados), “Médias” (entre 50 e 249 empregados) e “Grandes” (250 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável segundo a EE/TEM competência 2009. A metodologia de geração das amostras é a Amostragem Probabilística de Proporções. O tamanho da amostra do RS baseou-se no critério de porte das empresas com margem de erro de 10% e Nível de confiança de 90%.

Unidade de Estudos Econômicos

Contatos: (51) 3347-8731 | economia@fiergs.org.br

Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul | https://observatoriodaindustriars.org.br/

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