Após dois meses de baixas seguidas, o Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI/RS) voltou a crescer em junho para 47,6 pontos, 1,4 ponto acima de maio. Foi a maior alta desde setembro de 2022, não o suficiente, porém, para recuperar as perdas acumuladas desse período (-15,3 pontos). Com isso, o índice, que varia de 0 a 100, segue em patamar muito baixo, inferior a 50 pontos, o que expressa falta de confiança.
Índice de Confiança do Empresário Industrial – RS
Fonte: UEE/FIERGS
O índice varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e quanto mais acima, maior e mais disseminada é a confiança. Abaixo de 50, os valores indicam falta de confiança e quanto mais abaixo, maior e mais disseminada é a falta de confiança. |
O ICEI/RS é formado por dois componentes que medem as avaliações dos empresários sobre as condições atuais e as expectativas futuras para a economia brasileira e para a própria empresa. Todos eles recuperaram, em junho, somente uma pequena parte da intensa queda acumulada desde outubro do ano passado, permanecendo em patamares bem abaixo de suas médias históricas.
O Índice de Condições Atuais aumentou 1,4 ponto, de 40,0 em maio para 41,4 pontos em junho. Abaixo de 50, o resultado mostrou que, mesmo com a alta, os empresários gaúchos continuam percebendo piora na comparação com os seis meses anteriores, sobretudo, nas condições da economia brasileira – o subíndice cresceu de 34,4 para 36,7 pontos –, componente da confiança de pior avaliação. De fato, a maioria dos empresários gaúchos percebem deterioração na economia brasileira: 52,5% ante 6,0% que veem melhora (41,5% não observam mudanças no cenário). O Índice de Condições Atuais da Empresa subiu no período, 1,0 ponto, de 42,8 para 43,8 pontos, mas também continuou na faixa negativa em junho.
O Índice de Expectativas para os próximos seis meses também aumentou 1,4 ponto, de 49,3 em maio para 50,7 pontos em junho, superando, pela primeira vez desde outubro de 2022, a marca dos 50 pontos, o que indica otimismo, apesar de bastante modesto. A melhora nas expectativas resultou da alta de seus dois subcomponentes: o Índice de Expectativas da Economia Brasileira, de 41,8 para 44,2 pontos, e o Índice de Expectativas da Empresa, de 53,1 para 54,0 pontos no período. Porém, o otimismo continua restrito ao segundo componente, visto que o pessimismo com relação à economia brasileira, ainda que menor, permanece. Em junho, a maioria dos empresários gaúchos (55,0%) não vislumbra mudanças no cenário econômico nacional no segundo semestre, mas a parcela dos que acreditam na piora (32,5%) é bem superior a dos que esperam melhora (12,5%).
Condições Atuais (Em relação aos últimos seis meses)
Fonte: UEE/FIERGS
Índice de Condições Atuais da Economia brasileira, gaúcha e da própria empresa
Mai/23 | Jun/23 | Média Hist. | ||
---|---|---|---|---|
Economia Brasileira | 34,4 | 36,7 | 43,9 | |
Economia do Estado | 37,5 | 38,9 | 42,6 | |
Empresa | 42,8 | 43,8 | 49,5 |
Expectativas (Para os próximos seis meses)
Expectativas com relação à economia brasileira, gaúcha e a própria empresa
Mai/23 | Jun/23 | Média Hist. | ||
---|---|---|---|---|
Economia Brasileira | 41,8 | 44,2 | 51,6 | |
Economia do Estado | 44,3 | 46,7 | 49,9 | |
Empresa | 53,1 | 54,0 | 60,1 |
Perfil da Amostra: 200 empresas, sendo 42 pequenas, 69 médias e 89 grandes.
Período de Coleta: 01 a 13/06/2023.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial é elaborado mensalmente pela FIERGS em conjunto com a CNI e mais 23 federações de indústrias. São consultadas empresas de todo o estado. O Índice é baseado em quatro questões: duas referentes às condições atuais e duas referentes às expectativas para os próximos seis meses com relação à economia brasileira e à própria empresa. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75, 100. Os resultados gerais de cada pergunta são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos “Pequenas” (10 a 49 empregados), “Médias” (50 a 249 empregados) e “Grandes” (250 empregados ou mais) utilizando como peso a variável “pessoal ocupado, segundo CEE/MTE. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas frequências relativas das respostas. Os Índices de Condições Atuais e Expectativas foram obtidos a partir da ponderação das perguntas relativas a economia brasileira e a própria empresa utilizando-se pesos 1 e 2, respectivamente. O Índice de Confiança foi obtido a partir da ponderação dos resultados referentes a Condições Atuais e Expectativas utilizando os pesos 1 e 2, respectivamente.
Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul
Unidade de Estudos Econômicos | [email protected]
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