Abril de 2023

Informe Especial

Comércio Exterior

Indústria de Transformação gaúcha fatura US$ 1,3 bilhão com exportações em abril, queda interanual de 15,1%

A Indústria de Transformação do RS apresentou, em abril, faturamento de US$ 1,3 bilhão com as exportações. Comparando-se com o mesmo mês do ano passado, verifica-se uma retração nominal de US$ 228,4 milhões, baixa de 15,1%. No acumulado do ano, de janeiro a abril, exportou-se US$ 5,4 bilhões em mercadorias, baixa de 1,7% frente aos primeiros quatro meses de 2022.

O efeito preponderante para explicar a variação da receita em abril ficou por conta das quantidades, que apresentaram queda de 11,9%. Vale destacar que esse é o quinto mês consecutivo de queda nas quantidades exportadas e o sexto mês, nos últimos sete meses, em que há redução. Os preços médios também apresentaram retração, 3,6% ante abril de 2022. Salienta-se que a média móvel de 12 meses, tanto da receita quanto do índice de quantidades exportadas, já apresenta trajetória declinante. Não obstante, dos 23 setores exportadores da Indústria de Transformação, apenas 10 apresentaram avanço na receita de exportações, ante o mesmo mês de 2022. A queda observada, de maneira geral, foi influenciada pelo desaquecimento externo – a China, por exemplo, diminuiu em 7,9% suas importações mundiais e em 8,4% suas importações do Rio Grande do Sul.

O setor com maior faturamento, o de Alimentos, apresentou receita de US$ 423,6 milhões em abril (-US$ 133,0 milhões | -23,9%). Sendo que China (US$ 60,0 milhões | -US$ 20,5 milhões), Coreia do Sul (US$ 32,9 milhões | -US$ 1,8 milhões) e Vietnã (US$ 25,1 milhões | -US$ 15,5 milhões) foram os principais mercados consumidores. O produto mais embarcado do setor foi farelo de soja (US$ 115,4 milhões, no total), os embarques da mercadoria apresentaram retração de 37,4% em relação a abril do ano anterior. De maneira semelhante, carne de frango in natura (US$ 90,7 milhões, no total), o segundo produto com maior faturamento de exportação do setor, apresentou retração de 31,9%. Em terceiro lugar, carne de suíno in natura (US$ 55,3 milhões, no total) apresentou avanço de 30,3%. Ainda sofrendo os efeitos do incidente sanitário de fevereiro – o caso de suspeita de doença da Vaca Louca no Pará –, carne de boi in natura (US$ 4,5 milhões, no total) apresentou retração de 83,7%. De maneira geral, em abril, exportou-se 212,8 mil toneladas de farelo de soja, 48,7 mil toneladas de carne de frango in natura e 21,9 mil toneladas de carne de suíno in natura. Quanto à carne de boi in natura (1,1 mil toneladas em abril), exportou-se 4,4 mil toneladas a menos do que o registrado no mesmo período do ano passado. O efeito preponderante, para explicar a retração da receita do setor, foi a queda de 23,1% nas quantidades exportadas, visto o índice de preços das exportações ter apresentado retração de somente 1,0%. Os principais locais de escoamento foram os portos de Rio Grande (US$ 284,6 milhões, no total) e de Itajaí (US$ 71,1 milhões).

Em segundo lugar, o setor de Tabaco apresentou faturamento de US$ 112,8 milhões (-US$ 16,5 milhões | -12,7%). Bélgica (US$ 30,0 milhões | +US$ 13,1 milhões), Estados Unidos (US$ 24,2 milhões | +US$ 20,1 milhões) e Indonésia (US$ 12,2 milhões | +US$ 5,7 milhões), foram os principais destinos dos embarques do setor, juntos somaram demanda de US$ 66,4 milhões. Em termos de quantidades, exportou-se 18,3 mil toneladas de Tabaco em folhas (queda de 45,6% ante abril de 2022) e 2,2 mil toneladas de Tabaco manufaturado (avanço de 2,9%). O principal local de escoamento da produção do setor foi o porto de Rio Grande, com 18,0 mil toneladas embarcadas, queda de 21,6% frente a abril de 2022. O efeito dominante para explicar a variação da receita é devido ao quantum exportado, que apresentou retração de 42,7% frente ao mesmo mês de 2022; o índice de preços das exportações desse setor, porém, apresentou avanço de 52,3%. As exportações de Tabaco apresentam características sazonais fortes nos primeiros meses do ano, o efeito mais forte ocorrendo geralmente em janeiro e no presente mês.

O terceiro setor com maior destaque, o de Máquinas e equipamentos apresentou faturamento de US$ 108,1 milhões (+US$ 4,1 milhões | +3,9%). Novamente, o Paraguai (US$ 19,4 milhões | +US$ 3,6 milhões) foi o principal comprador dos produtos do setor, seguido da Argentina (US$ 17,6 milhões | -US$ 4,9 milhões). A Rússia (US$ 7,0 milhões | +US$ 7,0 milhões), que não apresentou compras do Estado em abril de 2022 aparece em quarto lugar, logo atrás dos Estados Unidos (US$ 12,8 milhões | -US$ 7,6 milhões). Os principais produtos demandados do setor foram máquinas e aparelhos de uso agrícola (US$ 28,8 milhões, no total), aproximadamente 343,6 mil unidades a menos do que no mesmo período do ano passado, e Tratores (US$ 27,6 milhões, no total), 218 unidades a mais do que em abril de 2022. O escoamento ocorreu primordialmente pelo porto de Rio Grande (US$ 28,8 milhões). Preços médios dos produtos exportados pelo setor foram os preponderantes para explicar o avanço na receita, incremento de 14,3%; o índice de quantum apresentou retração de 9,1%.

O Rio Grande do Sul, por outro lado, importou US$ 881,7 milhões em produtos estrangeiros em abril, redução nominal de US$ 424,7 milhões frente a abril de 2022. Os preços médios dos produtos importados pelo Estado apresentaram avanço de 3,0% enquanto o quantum das importações apresentou retração de 34,3%. Os produtos mais demandados do mercado externo foram: veículos de carga (US$ 113,1 milhões), adubos ou fertilizantes contendo nitrogênio, fósforo e potássio (US$ 96,8 milhões), partes e peças para veículos automotores e tratores (US$ 47,8 milhões), cloreto de potássio (US$ 41,3 milhões) e ureia (US$ 37,0 milhões). Os aumentos de demanda de cloreto de potássio, ureia e adubos devem-se principalmente para a utilização na agricultura. Os países de origem dos produtos mais demandados foram Argentina (US$ 192,7 milhões), China (US$ 148,2 milhões), Estados Unidos (US$ 131,7 milhões) e Rússia (US$ 41,1 milhões).

Anexo Estatístico

Exportações da Indústria de Transformação do RS – CNAE 2.0

(US$ milhões)

Resultado Mensal

abr/22abr/23Var. %Var. US$
Alimentos556,6423,6-23,9-133,0
Tabaco129,3112,8-12,7-16,5
Máquinas e equipamentos104,0108,13,94,1
Químicos157,2106,4-32,3-50,8
Veículos automotores90,691,20,70,6
Couro e calçados93,889,8-4,3-4,0
Celulose e papel114,188,3-22,6-25,8
Produtos de metal61,167,710,86,6
Madeira30,241,236,211,0
Borracha e plástico31,831,4-1,4-0,4
Outros142,7122,6-14,1-20,1
Indústria de Transformação1.511,41.283,0-15,1-228,4
Fonte: SECEX/MDIC. Elaboração: UEE/FIERGS.

Resultado Acumulado

jan-abr/22jan-abr/23Var. %Var. US$
Alimentos1.839,91.822,9-0,9-17,0
Tabaco621,1704,813,583,7
Máquinas e equipamentos391,2434,211,042,9
Químicos619,9415,9-32,9-204,0
Celulose e papel380,8414,18,833,3
Veículos automotores308,6352,814,344,2
Couro e calçados352,7318,0-9,8-34,7
Produtos de metal238,0224,0-5,9-14,1
Coque e derivados do pet.137,1125,6-8,4-11,5
Madeira125,4122,3-2,4-3,0
Outros454,9441,3-3,0-13,6
Indústria de Transformação5.469,55.375,8-1,7-93,7
Fonte: SECEX/MDIC. Elaboração: UEE/FIERGS.

Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul

Unidade de Estudos Econômicos | economia@fiergs.org.br

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