Informe Especial

A Indústria de Transformação do RS apresentou, em setembro de 2023, faturamento de US$ 1,2 bilhão com as exportações. Comparando-se com o mesmo período do ano passado verificou-se retração nominal de US$ 341,6 milhões, queda de 21,6%, resultado da menor demanda pelos produtos industrializados do estado. No acumulado do ano, de janeiro a setembro, as exportações da Transformação do estado registram retração de 4,8%, frente ao mesmo período do ano passado. O efeito preponderante para explicar a variação da receita em setembro ficou por conta das quantidades dos produtos exportados, que apresentaram retração de 20,7%; na mesma direção, preços médios caíram 1,0%.  Não obstante, dos 23 segmentos exportadores da Indústria de Transformação gaúcha, apenas 8 apresentaram avanço nas receitas ante setembro de 2022.

O segmento com maior faturamento em setembro, o de Alimentos, apresentou receita de US$ 369,0 milhões (-US$ 218,3 milhões | -37,2%). O efeito preponderante para explicar a variação negativa da receita em setembro ficou por conta das quantidades dos produtos exportados, que retraiu 34,0%, preços médios caíram 4,9%. Os produtos mais embarcados do segmento foram os provenientes da classe de processamento e conservação de carne (US$ 162,4 milhões), que apresentaram retração de 41,0% em relação a setembro do ano anterior. De maneira concomitante, a segunda classe de produtos com maior faturamento foi a de óleos e gorduras vegetais e animais (US$ 114,6 milhões), que também apresentou retração na base interanual (-55,7%).

Com relação às compras chinesas, principal comprador do segmento alimentício gaúcho em setembro, as maiores vendas foram de produtos provenientes da classe de processamento e conservação de carne (US$ 52,1 milhões | -US$ 33,6 milhões), principalmente carne de suíno congelada (US$ 31,4 milhões). As compras da Coreia do Sul, por sua vez, centraram-se na classe de óleos e gorduras vegetais e animais (US$ 30,0 milhões | -US$ 1,8 milhão), principalmente farinhas e pellets, da extração do óleo de soja (US$ 25,2 milhões).

Em segundo lugar, Tabaco apresentou faturamento de US$ 182,8 milhões (-US$ 54,4 milhões | -22,9%). Para o segmento, preços médios avançaram 21,6% enquanto as quantidades dos produtos exportados registraram retração de 36,6% no período. Vale destacar que em julho (+65,8%) e agosto (+131,8%) houve incrementos relevantes na receita exportativa do segmento, ambos comparados ao mesmo período correspondente do ano passado, puxados principalmente pelos incrementos expressivos das quantidades exportadas (+92,9% e +43,5%, respectivamente). Esse movimento sinaliza que uma boa parte das quantidades exportadas já havia sido embarcada nos dois meses anteriores, justificando, em parte, a menor quantidade enviada ao mercado externo no mês de referência. Bélgica (US$ 53,1 milhões | -US$ 13,8 milhões), Indonésia (US$ 12,8 milhões | +US$ 2,2 milhões) e Estados Unidos (US$ 12,5 milhões | -US$ 5,7 milhões) foram os principais destinos dos embarques. Dos produtos exportados, as maiores vendas foram de folhas secas de tabaco destalado do tipo virgínia (US$ 147,1 milhões).

O terceiro segmento com maior destaque em setembro, o de Máquinas e equipamentos, apresentou faturamento de US$ 158,7 milhões (+US$ 72,5 milhões | +84,2%). Para esse, tanto os preços médios dos produtos exportados (+35,4%) quanto as quantidades (+36,0%) apresentaram incremento quando comparados a setembro de 2022. As maiores compras foram da China (US$ 61,0 milhões | +US$ 60,1 milhões), da Argentina (US$ 21,9 milhões | +US$ 6,6 milhões) e do Paraguai (US$ 20,2 milhões | +US$ 2,3 milhões). Os embarques para o primeiro país centraram-se, assim como no mês de agosto, principalmente em produtos da classe máquinas de uso geral (US$ 60,6 milhões), particularmente por aparelhos para filtrar ou depurar água (US$ 60,6 milhões).

Cabe mencionar as quedas, em setembro, de Químicos (US$ 89,3 milhões | -36,4%), de Couro e Calçados (US$ 69,2 milhões | -24,4%) e de Celulose e papel (US$ 45,3 milhões | -50,8%). Que explicam, em parte, o resultado observado na Transformação.

O Rio Grande do Sul importou US$ 1,0 bilhão em produtos estrangeiros em setembro desse ano, retração nominal de US$ 427,3 milhões frente ao mesmo período de 2022 (-29,3%). Vale destacar que a importação de Bens Intermediários, utilizados como insumos para a Indústria, apresentou queda de 28,7%, refletindo um ambiente industrial menos aquecido no mercado interno. Demandou-se principalmente os produtos dos segmentos de Químicos (US$ 214,8 milhões | -US$ 172,2 milhões), Veículos automotores (US$ 197,3 milhões | -US$ 46,7 milhões) e Coque e derivados do petróleo (US$ 133,3 milhões | -US$ 94,4 milhões).

Anexo Estatístico

Exportações da Indústria de Transformação do RS – CNAE 2.0

(US$ milhões)

Resultado Mensal

	set/22	set/23	Var.%	Var.US$
Alimentos	587,2	369,0	-37,2	-218,3
Tabaco	237,2	182,8	-22,9	-54,4
Máquinas e equipamentos	86,1	158,7	84,2	72,5
Químicos	140,4	89,3	-36,4	-51,1
Veículos automotores	85,5	80,7	-5,5	-4,7
Couro e calçados	91,5	69,2	-24,4	-22,3
Produtos de metal	52,5	54,7	4,1	2,2
Coque e derivados do pet.	30,5	49,9	63,5	19,4
Celulose e papel	92,1	45,3	-50,8	-46,8
Borracha e plástico	34,6	28,6	-17,5	-6,1
Outros	146,6	114,5	-21,9	-32,1
Indústria de Transformação	1.584,3	1.242,6	-21,6	-341,6

Resultado Acumulado

	jan-set/22	jan-set/23	Var. %	Var.US$
Alimentos	4.533,5	4.309,4	-4,9	-224,1
Tabaco	1.396,9	1.780,5	27,5	383,6
Máquinas e equipamentos	909,8	1.050,8	15,5	141,0
Químicos	1.368,0	914,1	-33,2	-453,9
Veículos automotores	798,6	800,9	0,3	2,4
Celulose e papel	953,1	756,1	-20,7	-197,0
Couro e calçados	815,6	704,0	-13,7	-111,6
Produtos de metal	554,8	538,0	-3,0	-16,9
Coque e derivados do petróleo e biocombustíveis	317,9	271,5	-14,6	-46,4
Borracha e plástico	289,4	270,0	-6,7	-19,4
Outros	1.143,6	1.051,9	-8,0	-91,7
Indústria de Transformação	13.081,3	12.447,2	-4,8	-634,0

Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul

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