Abril 2023

Índice de Confiança do Empresário Industrial

Deterioração da economia brasileira impacta a confiança

O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI/RS) caiu 0,4 ponto de março para abril de 2023, de 46,8 para 46,4 pontos. O índice varia de zero a 100 pontos e abaixo de 50 indica falta de confiança. O nível do ICEI/RS atual é muito baixo, compatível com cenários de outras crises intensas, como em julho de 2006 (44,5 pontos) e em janeiro de 2009 (45,5 pontos), decorrentes, respectivamente, de uma estiagem histórica e da crise financeira global de 2008. Desde 2005, início da série histórica, a confiança do setor só foi menor do que a atual nos períodos de junho de 2014 a junho 2016 (média de 40,3 pontos), devido à maior e mais longa recessão econômica já registrada, e de abril a junho de 2020 (média de 35,6 pontos), na primeira onda da Covid-19.

O ICEI/RS é composto pelos seguintes índices: Condições Atuais (da economia brasileira e da própria empresa) e Expectativas (da economia brasileira e da própria empresa).

O Índice de Condições Atuais registrou 40,2 pontos em abril de 2023, 0,9 abaixo de março. O índice registra queda sistemática desde outubro de 2022 (-18,0 pontos), o que o levou ao menor valor, tirando a pandemia (abril a julho de 2020), desde junho de 2016 (42,0). Abaixo de 50, indica piora nas condições dos negócios, quanto menor mais intensa e disseminada é a percepção negativa entre os empresários. Na sétima redução seguida, o Índice de Condições Atuais da Economia Brasileira atingiu 34,3 pontos em abril (-1,2 ponto ante março), acumulando perda de 24,7 pontos no período. As condições atuais das empresas também seguem se deteriorando, conforme mostra a nova queda do índice de 43,9 em março para 43,1 pontos em abril. As perdas totalizam 14,7 pontos nos últimos sete meses.

Após dois meses seguidos de melhora, as expectativas dos empresários estabilizaram em abril. O Índice de Expectativas atingiu 49,5 pontos, recuando 0,2 ponto ante março. Abaixo e próximo de 50 pontos, o índice revela um ligeiro pessimismo. O resultado, porém, deriva de avaliações discrepantes com relação aos dois subcomponentes. O Índice de Expectativas da Economia Brasileira caiu de 42,4 para 41,0 pontos, revelando um maior pessimismo e o Índice de Expectativas das Empresas subiu de 53,4 para 53,9 pontos, mostrando um maior otimismo.

Índice de Confiança do Empresário Industrial – RS
Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e quanto mais acima, maior e mais disseminada é a confiança. Abaixo de 50, os valores indicam falta de confiança e quanto mais abaixo, maior e mais disseminada é a falta de confiança.
Condições Atuais (Em relação aos últimos seis meses)
Fonte: UEE/FIERGS.

Índice de Condições Atuais da Economia brasileira, gaúcha e da própria empresa

Mar/23Abr/23Média Hist.
Economia Brasileira35,534,344,0
Economia do Estado40,239,442,6
Empresa43,943,149,5
Fonte: UEE/FIERGS. Os Índices variam de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam que as condições estão melhores do que nos últimos seis meses, valores abaixo de 50 que as condições estão piores.
Expectativas (Para os próximos seis meses)
Fonte: UEE/FIERGS.

Expectativas com relação a economia brasileira, gaúcha e a própria empresa

Mar/23Abr/23Média Hist.
Economia Brasileira42,441,051,7
Economia do Estado46,245,050,0
Empresa53,453,960,1
Fonte: UEE/FIERGS. Os índices variam de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam expectativa otimista. Valores abaixo de 50 indicam expectativa pessimista.

Perfil da Amostra: 189 empresas, sendo 47 pequenas, 61 médias e 81 grandes.

Período de Coleta: 03 a 13/04/2023.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial é elaborado mensalmente pela FIERGS em conjunto com a CNI e mais 23 federações de indústrias. São consultadas empresas de todo o estado. O Índice é baseado em quatro questões: duas referentes às condições atuais e duas referentes às expectativas para os próximos seis meses com relação à economia brasileira e à própria empresa. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75, 100. Os resultados gerais de cada pergunta são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos “Pequenas” (10 a 49 empregados), “Médias” (50 a 249 empregados) e “Grandes” (250 empregados ou mais) utilizando como peso a variável “pessoal ocupado, segundo CEE/MTE. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas frequências relativas das respostas. Os Índices de Condições Atuais e Expectativas foram obtidos a partir da ponderação das perguntas relativas a economia brasileira e a própria empresa utilizando-se pesos 1 e 2, respectivamente. O Índice de Confiança foi obtido a partir da ponderação dos resultados referentes a Condições Atuais e Expectativas utilizando os pesos 1 e 2, respectivamente.

Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul

Unidade de Estudos Econômicos | economia@fiergs.org.br
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