Junho de 2023

Sondagem Industrial da Construção do Rio Grande do Sul

A Elevada carga tributária é o principal problema no 2º trimestre de 2023

O nível de atividade da Construção gaúcha, mais uma vez, caiu em relação ao mês anterior, é a oitava queda do índice, que registrou 44,1 pontos em junho de 2023. Abaixo de 50 pontos indica queda ante o mês anterior e acima crescimento. O nível de atividade continua abaixo do usual para o mês de acordo com os empresários gaúchos, o índice de atividade em relação ao nível usual marcou 38,9 pontos. O número de empregados não cresce desde novembro de 2022, neste mês o índice registrou 47,7 pontos. A utilização da capacidade operacional (UCO) ficou estável em relação ao mês de maio, atingindo 66,0%.

Para os próximos seis meses, os empresários da Construção gaúchos estão otimistas, com expectativas de aumento no número de empregados e de novos empreendimentos. Porém, espera-se queda nas compras de insumos e matérias-primas e há baixíssima intenção de investir.

Nacionalmente, o nível de atividade deve ficar próximo da estabilidade, entretanto ficando abaixo do usual para o mês e com recuo no número de empregados. Em relação aos próximos meses, estão mais otimistas e com maior intenção de investir do que os gaúchos.

Evolução Mensal
IndicadorMai/23jun/23*Média Hist.O que representa
(*mês de referência)
Nível de atividade – Mês anterior44,146,046,5Queda ante o mês anterior
Nível de atividade – Relação ao usual38,942,740,8Abaixo do usual no mês
Número de empregados47,347,746,0Queda em relação ao mês anterior
Utilização da Capacidade Operacional – %66,066,063,0Uso da capacidade estável
Fonte: UEE/FIERGS.
Expectativas – Próximos Seis Meses
IndicadorMai/23jun/23*Média Hist.O que representa
(*mês de referência)
Atividade51,351,152,6Expectativa de crescimento
Número de empregados50,549,349,8Expectativa de queda
Compras de matérias-primas49,348,951,4Expectativa de queda
Novos empreendimentos50,147,851,9Expectativa de queda
Intenção de investir35,439,936,8Menor intenção de investir
Fonte: UEE/FIERGS.

Nível de atividade comparada ao mês anterior

A atividade ficou próxima da estabilidade no Brasil e caiu no RS.

Fonte: UEE/FIERGS. Nota: O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam expectativas de crescimento (queda).

Nível de atividade em relação ao usual

O nível de atividade ficou abaixo do usual no Brasil e no RS.

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam expetativas de crescimento (queda).

Número de empregados

Oitavo mês de queda no número de empregados no RS, no Brasil ficou estável.

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam expetativas de crescimento (queda).

Utilização da capacidade operacional (% do mês)

Estabilidade em relação ao mês anterior na UCO no Brasil e no RS.

Fonte: UEE/FIERGS.

Condições Financeiras no Trimestre

No segundo trimestre de 2023, os empresários da construção gaúcha demonstraram insatisfação em todos os itens pesquisados. Os índices revelaram que a insatisfação com a situação financeira se agravou, com queda de 4,1 pontos ante o trimestre anterior, o índice ficou com 44,6 pontos. O índice da margem de lucro saiu de 41,8 para 44,6 pontos, mas ainda abaixo de 50 pontos, indicando que a margem de lucro foi ruim.

A dificuldade de acesso ao crédito continua, o indicador registrou 36,7 pontos, bem abaixo de 50. Os preços dos insumos e matérias-primas, embora a insatisfação tenha sido um pouco menos disseminada entre os empresários que no trimestre anterior, continuam altos, seu indicador marcou 56,8 pontos. 

Condições financeiras – 2º trimestre
Indicador1ºT/232ºT/23*Média Hist.O que representa
(*mês de referência)
Margem de Lucro41,844,637,8Insatisfeito
Situação Financeira48,744,643,7Insatisfeito
Acesso ao Crédito32,636,735,4Difícil
Preço de Insumos e Matérias-Primas62,456,862,2Aumento em relação ao trimestre anterior
Fonte: UEE/FIERGS.

Margem de lucro

Fonte: UEE/FIERGS.

Situação Financeira

Fonte: UEE/FIERGS.

Acesso ao Crédito

Fonte: UEE/FIERGS.

Preços de Insumos e Matérias-Primas

Fonte: UEE/FIERGS.

Principais Problemas Enfrentados no Trimestre

(Percentual de respostas)

Trimestre
BRRS
Elevada carga tributária28,3%42,9%
Taxa de juros elevada40,8%28,6%
Falta de capital de giro16,3%25,7%
Burocracia excessiva26,4%25,7%
Falta ou alto custo de trabalhador qualificado21,4%22,9%
Insegurança jurídica13,5%22,9%
Demanda interna insuficiente20,2%20,0%
Falta ou alto custo da mão de obra não qualificada14,6%20,0%
Falta ou alto custo da matéria-prima11,9%17,1%
Competição desleal (informalidade, contrabando, etc)11,7%14,3%
Condições climáticas2,6%11,4%
Inadimplência dos clientes13,4%8,6%
Dificuldades na logística de transporte (estradas, etc)2,4%5,7%
Falta ou alto custo de energia1,8%5,7%
Falta ou alto custo de equipamentos de apoio3,5%5,7%
Falta de financiamento de longo prazo10,5%2,9%
Licenciamento ambiental4,8%2,9%
Outros2,0%2,9%
Nenhum5,8%0,0%
Disponibilidade de terrenos3,1%0,0%

Com 42,9% das assinalações, a Elevada carga tributária foi o principal entrave do segundo trimestre de 2023. No trimestre anterior esta opção ficou em quarto lugar com 23,3%, juntamente com a Insegurança jurídica, que continua na mesma posição (4º) – neste trimestre com 22,9%.

A taxa de juros elevada, primeira posição no trimestre anterior (40,0%), caiu uma posição, sendo assinalada por 28,6% dos empresários da construção.  Em terceiro, como principal problema enfrentado no segundo trimestre deste ano, ficaram a Falta de capital de giro e a Burocracia excessiva, ambos com 25,7%. No trimestre anterior a Burocracia excessiva dividiu o pódio de primeiro lugar com a taxa de juros elevada como problema mais relevante (40,0%).

A Falta ou alto custo do trabalhador qualificado e a Insegurança jurídica ficaram em quarto lugar, com 22,9%. A Insegurança Jurídica foi mais relevante para os gaúchos, do que para os brasileiros. Nacionalmente ficou em oitavo lugar com 13,0% das marcações. A Demanda interna insuficiente ficou em 5º lugar e foi assinalada por 20,0% dos empresários gaúchos, e na mesma proporção pelos brasileiros – 20,2%, também em 5º lugar.

Nacionalmente, o principal problema segue sendo a Taxa de juros elevada, que recebeu atenção de 40,8% dos industriais da construção que participaram desta pesquisa. A Elevada carga tributária, com 28,3%, e a Burocracia excessiva, com 26,7%, ficaram em segundo e terceiro lugar no ranking brasileiro.

Expectativas para os Próximos Seis Meses

A previsão para os próximos meses é de alta na atividade de acordo com os empresários da Construção do RS. O índice registrou 51,1 pontos, ficando acima de 50, que denota crescimento. Para o número de empregados a previsão é de queda, o indicador registrou 49,3 pontos (abaixo de 50). Os índices de compras de insumos e matérias-primas e de lançamento de novos empreendimentos, registraram, respectivamente, 48,9 e 47,8 pontos, indicando redução nos próximos meses. Em julho, a intenção de investir aumentou em comparação ao mês anterior, o indicador passou de 35,4 para 39,9 pontos.

Os empresários brasileiros da Construção estão bem mais otimistas com os próximos seis meses do que os gaúchos, projetando crescimento na atividade e no número de empregados, bem como nas compras de matérias-primas e em novos empreendimentos. Também há uma maior propensão em investir do que os industriais do RS.

Atividade

Número de Empregados

Compras de Matérias-Primas

Novos Empreendimentos

Intenção de Investir


Os índices variam de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam expectativas de aumento e valores abaixo de 50 pontos expectativas de queda. Para a intenção de investimentos, não há linha divisória, quanto maior o índice, maior a propensão a investir.

Perfil da Amostra: RS: 37 empresas – Brasil: 356 empresas

Período de Coleta: 3 a 11/07/2023.

A Sondagem Industrial do RS é elaborada pela Unidade de Estudos Econômicos (FIERGS) em conjunto com Unidade de Política Econômica da CNI. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, a evolução dos estoques tem como referência o mês anterior. As perguntas relativas a UCI usual e a estoques planejados/desejados tem como referência o próprio mês. As perguntas relativas à situação financeira, margens de lucro, acesso ao crédito e os principais problemas referem-se ao trimestre. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas frequências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos índices dos grupos de empresas “Pequenas” (entre 10 a 49 empregados), “Médias” (entre 50 e 249 empregados) e “Grandes” (250 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável segundo a EE/TEM competência 2009. A metodologia de geração das amostras é a Amostragem Probabilística de Proporções. O tamanho da amostra do RS baseou-se no critério de porte das empresas com margem de erro de 10% e Nível de confiança de 90%.

Unidade de Estudos Econômicos

Contatos: (51) 3347-8731 | economia@fiergs.org.br

Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul | https://observatoriodaindustriars.org.br/

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