Setembro e 3º trimestre de 2023

Sondagem Industrial da Construção – Rio Grande do Sul

Queda na atividade e os principais entraves do 3º trimestre

O nível de atividade da Construção gaúcha recuou em setembro, seu índice registrou 41,9 pontos em setembro de 2023, queda de 6,5 pontos em relação ao mês de agosto (48,4). Valores abaixo de 50 pontos indicam queda ante o mês anterior e acima crescimento. Para os industriais da construção, o nível de atividade ficou abaixo do usual para o mês, o índice de atividade em relação ao nível usual ficou com 39,1 pontos. O número de empregados diminuiu comparativamente ao mês anterior, o índice saiu de uma estabilidade (50,2) para uma queda (-1,8), com o índice marcando 48,4 pontos no mês. A utilização da capacidade operacional (UCO) caiu 1,0 p.p. e atingiu 66,0%.

Os empresários da Construção gaúchos seguem otimistas, porém com perspectiva de queda nas compras de insumos e matérias-primas e há baixíssima intenção de investir.

Nacionalmente, o nível de atividade ficou próximo da estabilidade, entretanto abaixo do usual para o mês, também houve recuo no número de empregados. Em relação aos próximos meses, estão mais otimistas e com maior intenção de investir do que os gaúchos.

Evolução Mensal
IndicadorAgo/23Set/23*Média Hist.O que representa
(*mês de referência)
Nível de atividade – Mês anterior48,441,946,5Queda ante o mês anterior
Nível de atividade – Relação ao usual42,139,140,8Abaixo do usual no mês
Número de empregados50,248,446,1Queda em relação ao mês anterior
Utilização da Capacidade Operacional – %67,066,063,1Queda no uso da capacidade
Fonte: UEE/FIERGS.
Expectativas – Próximos seis meses
IndicadorSet/23Out/23*Média Hist.O que representa
(*mês de referência)
Atividade52,452,352,6Expectativa de crescimento
Número de empregados52,753,049,9Expectativa de crescimento
Compras de matérias-primas50,949,451,4Expectativa de queda
Novos empreendimentos52,448,151,8Expectativa de queda
Intenção de investir37,834,836,8Menor intenção de investir
Fonte: UEE/FIERGS.

Nível de atividade comparada ao mês anterior

A atividade caiu no Brasil e no RS.

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam expetativas de crescimento (queda).

Nível de atividade em relação ao usual

O nível de atividade ficou abaixo do usual no Brasil e no RS.

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam expetativas de crescimento (queda).

Número de empregados

Queda do emprego no Brasil e no RS.

Fonte: UEE/FIERGS. O índice varia de 0 a 100. Valores acima (abaixo) de 50 pontos indicam crescimento (queda).

Utilização da capacidade operacional (% do mês)

Queda em relação ao mês anterior na UCO no Brasil e no RS.

Fonte: UEE/FIERGS. Nota: Indicador varia de 0% a 100% (capacidade operacional máxima).

Condições financeiras no trimestre

Os empresários da construção gaúcha estavam insatisfeitos no terceiro trimestre de 2023. Todos os itens pesquisados apresentaram seus índices abaixo da linha divisória dos 50 pontos. O índice de satisfação com a margem de lucro saiu de 44,6 para 45,2, o índice da situação financeira subiu 4,5 pontos, passando para 49,1, e o índice que revela a opinião do industrial da construção sobre o acesso ao crédito foi para 38,4 pontos (+1,7).

Embora o crescimento dos índices, que mostra que há mais empresários satisfeitos neste trimestre, a maioria ainda está descontente com a situação financeira de sua empresa, considerando a margem de lucro ruim e o acesso ao crédito difícil. O único índice que caiu em relação ao mês anterior foi o Índice de Preços de Matérias-primas (-4,0), que registrou 52,8 pontos. Neste caso, quando acima de 50, revela que os preços dos insumos e matérias-primas estão aquém do desejado e aumentaram em relação ao segundo trimestre.

Condições financeiras – 2º trimestre
Indicador2ºT/233ºT/23*Média Hist.O que representa
(*mês de referência)
Margem de Lucro44,645,238,1Insatisfeito
Situação Financeira44,649,143,8Insatisfeito
Acesso ao Crédito36,738,435,5Difícil
Preço de Insumos e Matérias-Primas56,852,861,9Aumento em relação ao trimestre anterior
Fonte: UEE/FIERGS.

Margem de lucro

Fonte: UEE/FIERGS.

Situação Financeira

Fonte: UEE/FIERGS.

Acesso ao Crédito

Fonte: UEE/FIERGS.

Preços de Insumos e Matérias-Primas

Fonte: UEE/FIERGS.

Principais problemas enfrentados no trimestre

(Percentual de respostas)

TRIMESTRE
BRRS
Falta ou alto custo de trabalhador qualificado23,3%39,4%
Condições climáticas4,9%39,4%
Taxa de juros elevadas32,7%33,3%
Insegurança jurídica16,8%27,3%
Demanda interna insuficiente18,9%24,2%
Competição desleal (informalidade, contrabando, etc)14,5%24,2%
Falta ou alto custo da matéria-prima13,7%18,2%
Falta ou alto custo da mão de obra não qualificada13,9%18,2%
Falta de capital de giro14,9%18,2%
Burocracia excessiva20,7%18,2%
Elevada carga tributária27,8%12,1%
Falta ou alto custo de equipamentos de apoio2,6%6,1%
Dificuldades na logística de transporte (estradas, etc)4,3%3,0%
Inadimplência dos clientes14,0%3,0%
Falta de financiamento de longo prazo7,2%3,0%
Licenciamento ambiental5,2%3,0%
Nenhum8,8%0,0%
Falta ou alto custo de energia2,5%0,0%
Disponibilidade de terrenos2,6%0,0%
Outros1,6%0,0%
Fonte: UEE/FIERGS. A soma dos percentuais supera 100% devido à possibilidade de múltipla escolha.

No terceiro trimestre de 2023 os principais entraves foram a falta ou alto custo do trabalhador qualificado, que ficou em 4º lugar no segundo trimestre deste ano, e as condições climáticas, ambos com 39,4% das assinalações.

A taxa de juros elevada continuou ocupando a segunda posição e, neste trimestre, pertenceu a 33,3% das escolhas, enquanto no trimestre anterior foram 28,6%. A insegurança jurídica foi marcada 27,3% das vezes, subindo uma posição e indo para o terceiro lugar.

A competição desleal e a demanda interna insuficiente ocuparam, juntas, o quarto lugar, com 24,2% das marcações. A falta ou alto custo da matéria-prima, que ocupou o primeiro lugar entre o terceiro trimestre de 2020 até o segundo de 2022, no terceiro trimestre deste ano, ficou em quinto lugar, juntamente com falta ou alto custo da mão de obra não qualificada, a falta de capital de giro e a burocracia excessiva, todos foram sinalizados por 18,2% dos empresários.

Durante o ano de 2023, o principal problema enfrentado pela indústria da construção nacional foi a Taxa de juros elevada, que neste trimestre foi escolhida por 32,7% dos industriais da construção. A Burocracia excessiva, com 27,8%, e a Falta e alto custo do trabalhador qualificado e a Elevada carga tributária, com 23,3%, ficaram em segundo e terceiro lugar no ranking brasileiro.

Expectativas para os próximos seis meses

Para os próximos meses, os empresários da construção do RS previram aumento na atividade. O índice registrou 52,3 pontos (quando acima de 50 indica crescimento). O número de empregados deve crescer, o indicador saiu de 52,7 para 53,0. O Indicador de Compras de Matérias-primas caiu 1,5 ponto e ficou com 49,4, indicando redução para os próximos meses. Na mesma linha, o Indicador de Novos Empreendimentos apresentou recuou 4,3 pontos, atingindo 48,1. Já a intenção de investir nos próximos meses é baixa, seu indicador passou de 37,8 para 34,8 pontos.

Mais otimistas do que os gaúchos, os empresários brasileiros da Construção preveem crescimento nos próximos meses na atividade e no número de empregados, também nas compras de matérias-primas e nos novos empreendimentos. E, embora baixa, têm maior propensão em investir do que os industriais do RS.

Atividade

Fonte: UEE/FIERGS.

Número de Empregados

Fonte: UEE/FIERGS.

Compras de Matérias-Primas

Fonte: UEE/FIERGS.

Novos Empreendimentos

Fonte: UEE/FIERGS.

Intenção de Investir

Fonte: UEE/FIERGS.

Notas: Os índices variam de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam expectativas de aumento e valores abaixo de 50 pontos expectativas de queda. Para a intenção de investimentos, não há linha divisória, quanto maior o índice, maior a propensão a investir.


Perfil da Amostra: RS: 36 empresas – Brasil: 340 empresas

Período de Coleta: 2 a 10/10/2023.

A Sondagem Industrial do RS é elaborada pela Unidade de Estudos Econômicos (FIERGS) em conjunto com Unidade de Política Econômica da CNI. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, a evolução dos estoques tem como referência o mês anterior. As perguntas relativas a UCI usual e a estoques planejados/desejados tem como referência o próprio mês. As perguntas relativas à situação financeira, margens de lucro, acesso ao crédito e os principais problemas referem-se ao trimestre. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas frequências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos índices dos grupos de empresas “Pequenas” (entre 10 a 49 empregados), “Médias” (entre 50 e 249 empregados) e “Grandes” (250 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável segundo a EE/TEM competência 2009. A metodologia de geração das amostras é a Amostragem Probabilística de Proporções. O tamanho da amostra do RS baseou-se no critério de porte das empresas com margem de erro de 10% e Nível de confiança de 90%.

Unidade de Estudos Econômicos

Contatos: (51) 3347-8731 | [email protected]

Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul | https://observatoriodaindustriars.org.br/

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