O Índice de Confiança em Empresário Industrial (ICEI/RS) cresceu 2,9 pontos na virada do ano, de 48,1 para 51,0, e superou, pela primeira vez, desde outubro de 2022, a linha divisória dos 50 pontos, que separam a ausência (quando abaixo) da presença (quando acima) de confiança. Também foi a maior alta desde setembro de 2022 (3,3 pontos). Com isso, o setor interrompeu o segundo maior ciclo de falta de confiança (14 meses) já apurado, que durou a metade do primeiro (27 meses de 2014 a 2016).
O ICEI/RS é formado pelos Índices de Condições Atuais e de Expectativas. Cada um, por sua vez, é composto por outros dois relativos à economia brasileira e à própria empresa, sendo que todos cresceram em janeiro. Os referentes ao cenário econômico, porém, seguiram no terreno negativo.
Índice de Confiança do Empresário Industrial – RS
O índice varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e quanto mais acima, maior e mais disseminada é a confiança. Abaixo de 50, os valores indicam falta de confiança e quanto mais abaixo, maior e mais disseminada é a falta de confiança. |
O Índice de Condições Atuais cresceu de 43,8 em dezembro para 45,9 pontos em janeiro. O valor continuou abaixo dos 50 pontos e, portanto, manteve a sinalização de piora nos últimos seis meses, mas seu aumento significa que a percepção negativa em janeiro foi menos intensa e disseminada do que em dezembro. O Índice de Condições Atuais da Economia Brasileira subiu de 38,5 para 43,0 pontos, mas, da mesma forma, seguiu abaixo dos 50 pontos, mantendo o menor valor entre todos os índices. O ano iniciou com 35,3% dos empresários gaúchos percebendo piora nas condições da economia nacional e 12,1%, melhora. Eram, respectivamente, 46,3% e 9,6% no final do ano passado. As condições das empresas também seguem piorando em janeiro de 2024, mas o índice que as medem também aumentou para 47,3 pontos, de 46,4 em dezembro de 2023.
Condições Atuais
(Em relação aos últimos seis meses)
Índice de Condições Atuais da Economia brasileira, gaúcha e da própria empresa
Dez/23 | Jan/24 | Média Hist. | ||
---|---|---|---|---|
Economia Brasileira | 38,5 | 43,0 | 43,7 | |
Economia do Estado | 40,0 | 42,1 | 42,5 | |
Empresa | 46,4 | 47,3 | 49,3 |
A indústria gaúcha começou o ano exibindo perspectivas positivas para o primeiro semestre de 2024. O Índice de Expectativas aumentou de 50,2 em dezembro para 53,5 pontos em janeiro. É o maior valor desde outubro de 2022 e quanto mais acima da linha divisória dos 50 pontos, maior e mais disseminado é o otimismo entre os empresários. As perspectivas positivas, porém, não se aplicam à economia brasileira. O Índice de Expectativas da Economia Brasileira cresceu 4,8 pontos (maior alta em desde abril de 2021), para 47,5. Porém, o valor abaixo de 50,0 pontos ainda denota pessimismo, que ficou menor e menos disseminado entre os empresários em janeiro na comparação com dezembro. De fato, o percentual de empresários pessimistas com a economia brasileira caiu de 33,5% para 27,7% na virada do ano, enquanto o de otimistas cresceu de 14,4% para 21,4%. Nesse sentido, as expectativas positivas seguem restritas ao futuro das empresas: o Índice de Expectativas das Empresas atingiu 56,5 pontos em janeiro, sendo o maior desde outubro de 2022 (2,5 acima de dezembro) e o componente que sustenta o ICEI/RS acima dos 50 pontos em janeiro.
Expectativas
(Em relação aos próximos seis meses)
Expectativas com relação à economia brasileira, gaúcha e a própria empresa
Dez/23 | Jan/24 | Média Hist. | ||
---|---|---|---|---|
Economia Brasileira | 42,7 | 47,5 | 51,4 | |
Economia do Estado | 44,6 | 48,6 | 49,8 | |
Empresa | 54,0 | 56,5 | 59,9 |
Perfil da Amostra: 175 empresas, sendo 40 pequenas, 58 médias e 77 grandes.
Período de Coleta: 2 a 16 de janeiro de 2024.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial é elaborado mensalmente pela FIERGS em conjunto com a CNI e mais 23 federações de indústrias. São consultadas empresas de todo o estado. O Índice é baseado em quatro questões: duas referentes às condições atuais e duas referentes às expectativas para os próximos seis meses com relação à economia brasileira e à própria empresa. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75, 100. Os resultados gerais de cada pergunta são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos “Pequenas” (10 a 49 empregados), “Médias” (50 a 249 empregados) e “Grandes” (250 empregados ou mais) utilizando como peso a variável “pessoal ocupado, segundo CEE/MTE. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas frequências relativas das respostas. Os Índices de Condições Atuais e Expectativas foram obtidos a partir da ponderação das perguntas relativas a economia brasileira e a própria empresa utilizando-se pesos 1 e 2, respectivamente. O Índice de Confiança foi obtido a partir da ponderação dos resultados referentes a Condições Atuais e Expectativas utilizando os pesos 1 e 2, respectivamente.
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