A Indústria de Transformação do RS apresentou, em julho de 2023, faturamento de US$ 1,5 bilhão com as exportações. Comparando-se com o mesmo período do ano passado verificou-se retração nominal de US$ 6,3 milhões, queda de 0,4%. No acumulado do ano, de janeiro a julho, as exportações da Indústria de Transformação do Estado registram retração de 3,6%, frente ao mesmo período do ano passado. O efeito preponderante para explicar a variação da receita em julho ficou por conta dos preços médios dos produtos exportados, que apresentaram retração de 5,7%. As quantidades exportadas, ao contrário, apresentaram avanço de 5,6% ante o mesmo período de 2022. Não obstante, dos 23 segmentos exportadores da Indústria de Transformação gaúcha, apenas 10 apresentaram avanço na receita de exportações ante julho de 2022.
O segmento com maior faturamento em julho, o de Alimentos, apresentou receita de US$ 540,2 milhões (-US$ 0,4 milhões | -0,1%). O efeito preponderante para explicar a retração na receita em julho ficou por conta dos preços médios dos produtos exportados, que caiu 7,5%, quantidades exportadas avançaram 8,0%. O produto mais embarcado do segmento foi farelo de soja (US$ 176,8 milhões, no total), o qual apresentou avanço de 38,2% em relação a julho do ano anterior. Concomitante a isso, carne de frango in natura (US$ 80,1 milhões, no total), o segundo produto com maior faturamento de exportação do segmento, apresentou retração de 34,7%. De maneira geral exportou-se 375,8 toneladas de farelo de soja (+42,3%) e 39,1 toneladas de carne de frango in natura (-34,7%). Vale destacar que, nos últimos meses, os Estados brasileiros têm apresentado pequenos casos de influenza aviária em propriedades de autossustento, justificando, em parte, a menor demanda por produtos avícolas.
Os principais destinos das mercadorias do segmento alimentício foram China (US$ 105,6 milhões | +US$ 39,3 milhões), Vietnã (US$ 52,8 milhões | +US$ 39,8 milhões) e Espanha (US$ 40,2 milhões | +US$ 26,3 milhões). Enquanto a demanda chinesa focou-se principalmente em carne de suíno in natura (US$ 44,8 milhões), as compras vietnamitas (US$ 46,3 milhões), assim como as espanholas (US$ 39,7 milhões), centraram-se em farelo de soja.
Em segundo lugar, o segmento de Tabaco apresentou faturamento de US$ 254,8 milhões (+US$ 144,9 milhões | +131,8%). O efeito dominante para explicar a variação da receita foi devido ao avanço no quantum dos produtos exportados, que apresentou avanço de 92,9% frente a julho de 2022; o índice de preços médios das exportações desse segmento também apresentou expansão (+20,2%). Bélgica (US$ 76,0 milhões | +US$ 46,7 milhões), Indonésia (US$ 20,4 milhões | +US$ 14,9 milhões) e Estados Unidos (US$ 18,2 milhões | +US$ 15,3 milhões) foram os principais destinos dos embarques. Em termos de quantidades, exportou-se 43,6 mil toneladas de tabaco em folhas (avanço de 89,4% ante o julho de 2022) e 2,7 mil toneladas de tabaco manufaturado (+29,0%).
O terceiro segmento com maior destaque em julho, o de Químicos, apresentou faturamento de US$ 100,0 milhões (-US$ 63,4 milhões | -38,8%). O índice de preços médios dos produtos exportados foi o preponderante para explicar a retração na receita, com queda de 42,4%; quantidades exportadas do segmento apresentaram avanço de 6,2%. A Bélgica (US$ 13,0 milhões | +US$ 5,1 milhões) foi a principal compradora dos produtos do segmento, seguido da Argentina (US$ 12,0 milhões | -US$ 16,3 milhões) e do Paraguai (US$ 11,9 milhões | +US$ 3,9 milhões). O principal produto demandado foi polímeros de etileno, propileno e estireno (US$ 38,9 milhões, no total).
O Rio Grande do Sul, por outro lado, importou US$ 1,3 bilhão em produtos estrangeiros em julho desse ano, retração nominal de US$ 260,7 milhões frente ao mesmo período de 2022 (-16,7%). Vale destacar que a importação de Bens Intermediários, utilizados como insumos para a indústria, apresentou retração de 36,9%, refletindo um ambiente industrial menos aquecido no mercado interno. Os produtos mais demandados do mercado externo foram: óleos brutos de petróleo (US$ 281,6 milhões), veículos de carga (US$ 94,5 milhões), naftas (US$ 93,2 milhões), adubos ou fertilizantes contendo nitrogênio, fósforo e potássio (US$ 26,2 milhões) e ureia mesmo em solução aquosa (US$ 74,4 milhões). Os países de origem dos produtos mais demandados foram Argentina (US$ 310,4 milhões) e Estados Unidos (US$ 142,8 milhões).
Anexo Estatístico
Exportações da Indústria de Transformação do RS – CNAE 2.0
(US$ milhões)
Resultado Mensal
jul/22 | jul/23 | Var.(%) | Var.US$ | |
---|---|---|---|---|
Alimentos | 540,6 | 540,2 | -0,1 | -0,4 |
Tabaco | 109,9 | 254,8 | 131,8 | 144,9 |
Químicos | 163,4 | 100,0 | -38,8 | -63,4 |
Veículos automotores | 103,2 | 96,0 | -7,0 | -7,2 |
Couro e calçados | 96,0 | 88,6 | -7,7 | -7,4 |
Máquinas e equipamentos | 107,3 | 85,9 | -20,0 | -21,4 |
Produtos de metal | 61,1 | 65,7 | 7,6 | 4,6 |
Celulose e papel | 91,7 | 58,5 | -36,3 | -33,2 |
Coque e derivados do pet. | 43,2 | 28,6 | -33,9 | -14,6 |
Borracha e plástico | 33,9 | 28,4 | -16,3 | -5,5 |
Outros | 127,5 | 125,0 | -2,0 | -2,5 |
Indústria de Transformação | 1.477,8 | 1.471,5 | -0,4 | -6,3 |
Resultado Acumulado
jan-jul/22 | jan-jul/23 | Var. (%) | Var. US$ | |
---|---|---|---|---|
Alimentos | 3.465,0 | 3.434,2 | -0,9 | -30,9 |
Tabaco | 990,4 | 1.316,9 | 33,0 | 326,5 |
Máquinas e equipamentos | 717,8 | 718,3 | 0,1 | 0,4 |
Químicos | 1.084,2 | 716,2 | -33,9 | -368,0 |
Veículos automotores | 598,5 | 639,3 | 6,8 | 40,8 |
Celulose e papel | 706,7 | 604,8 | -14,4 | -101,9 |
Couro e calçados | 629,6 | 552,3 | -12,3 | -77,3 |
Produtos de metal | 439,6 | 415,0 | -5,6 | -24,6 |
Borracha e plástico | 216,9 | 206,8 | -4,6 | -10,1 |
Madeira | 231,0 | 196,8 | -14,8 | -34,2 |
Outros | 884,9 | 808,4 | -8,7 | -76,5 |
Indústria de Transformação | 9.964,6 | 9.608,9 | -3,6 | -355,8 |
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Boletim da Balança Comercial
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